Rio Grande do Norte
04.11.2019O ato de ensinar requer muita dedicação. Para os educadores que atuam no campo, esse desafio é maior. Historicamente, os trabalhadores do campo enfrentam a exclusão social e a educação é um caminho para tornar o campo ainda mais acolhedor. Um bom exemplo do amor pela educação vem do Assentamento do Rosário, localizado em Ceará-Mirim, onde a professora Juska Milena Mendonça desenvolve atividades ligadas ao sentimento de pertencimento do aluno com o campo.
“Ganhei algo de valor e que não esperava aprender nesse encontro: a afetividade das pessoas do campo em cuidar uns dos outros, em se importar educadamente com o próximo, algo que deveria existir na sociedade em geral. Vi ali que a educação funciona. Que quando existe amor e respeito humano a todos e tudo que nos rodeia, existe a educação que vale a pena e que funciona”, é assim que a professora Juska relata sobre a sua experiência com a educação no campo.
Atualmente, existem 100 turmas de alfabetização no campo em 27 municípios. A ação é realizada pelo Governo do RN, por meio da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer (SEEC), com financiamento do Projeto Governo Cidadão, com recursos do Banco Mundial. O Projeto de Alfabetização com Qualificação Social e Profissional está alfabetizando 2.500 pessoas. A docente é uma defensora dos direitos dos estudantes que estão distantes dos centros da cidade terem acesso à alfabetização, a educação e ao aprendizado. Para ela, é importante que a SEEC mantenha essa modalidade de ensino. “Ter na secretaria uma porta aberta para esse tipo de educação é grandemente importante, pois serve de canal para sermos ouvidos e para que as políticas públicas sejam voltadas à nossa realidade”, enfatiza a professora.
Juska é bióloga por formação e atualmente está vivenciando a rotina dos campos e da sobrevivência através do consumo de alimentos e da preservação da fauna e flora do local. “Saber que os conceitos de desenvolvimento sustentável não são apenas conceitos, são valores que eles desenvolvem na prática – sem às vezes ter o conhecimento teórico – é enriquecedor” – comenta a professora.
A docente não deseja sair desse cenário por entender a força da educação chegar nesses espaços. Afinal, o ensino pode ser resistente à exclusão e ser um caminho para inclusão, cidadania e melhoria na qualidade de vida dessas pessoas. Essa é uma prática adotada pela gestão da SEEC, que compreende a importância da garantia de um direito básico e essencial como a educação.
A professora está cada dia mais buscando adquirir qualificação profissional para estar pronta nos desafios da profissão, mas segue animada com a sua missão. “A vontade de me aperfeiçoar na área e trazer todo conhecimento para aplicar na nossa escola se fortificou. E agora estou nesse caminho sem volta, cada dia estudando mais e me qualificando no assunto”, ressalta a docente.
Quando a educação está inserida em locais de exclusão da sociedade, mudanças acontecem. Juska é mais uma professora que dedica o seu tempo, carinho e profissionalismo para uma educação pública e de qualidade para todos os povos.
Perfis
Esta é a terceira matéria da série 'Professores do RN', produzida pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Educação, da Cultura, do Esporte e do Lazer do RN, que tem por objetivo apresentar boas histórias vivenciadas na Rede Estadual de Ensino. O primeiro perfil apresentou a história da professora Edkalb Mariz, que trabalha sobre direitos humanos em sala de aula. O segundo contou como o professor Marcelo Lemos mudou a
forma dos alunos lidarem com o ensino da matemática.