Apoio aos alunos na transição do 5º para o 6º ano

Paraná

29.07.2015

O acompanhamento da transição dos alunos do 5º para o 6º ano, quando há mudança da rede municipal para a estadual de ensino, será estendido para todas as cidades do Paraná. Hoje essa experiência bem sucedida é feita apenas em Curitiba.

Na capital, a criança que sai da escola municipal vai conhecer a escola estadual onde dará continuidade aos estudos, onde é recebido pelos novos professores e colegas. Isso o familiariza com o novo ambiente e suaviza o impacto da mudança.

Em junho de 2014 foi criado formalmente um grupo de trabalho colaborativo com representantes das equipes da Secretaria de Estado da Educação e da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba.

A experiência acontecia desde 2012, de forma informal na capital paranaense, com as duas secretarias trabalhando em conjunto. Agora esse trabalho de colaboração será estendido para todas as cidades. Essa é uma das estratégias do Plano Estadual de Educação do Paraná (PEE-PR) para melhorar a qualidade do ensino no Estado.

ARTICULAR PARCERIAS - Dentro da meta 2 do Plano, a estratégia 2.7 aborda especificamente o tema da transição dos alunos e esse planejamento integrado entre Estado e municípios.

A estratégia diz o seguinte: “articular e formalizar parcerias entre Estado e municípios na oferta de formação continuada aos profissionais do magistério que atuam com estudantes em processo de transição do 5º para o 6º ano, orientando e subsidiando, teórica e metodologicamente, o planejamento das práticas pedagógicas”.

COMO É FEITO - No ano passado, todas as escolas estaduais e municipais de Curitiba participaram do trabalho de transição de alunos do 5º para o 6º ano. No início do ano letivo de 2015, durante a semana pedagógica nas escolas estaduais, um dia foi dedicado à aula inaugural para os estudantes que saíram do 5º ano.

Os alunos que saiam das escolas municipais, junto com pais e responsáveis, foram até a escola estadual para se familiarizarem e conhecer o novo ambiente, a equipe pedagógica, os professores, os colegas, a organização do estabelecimento e para que se sentissem bem aceitos.

Em Curitiba, todos os anos, cerca de 17 mil alunos fazem a transição. “Acreditamos, e muitos outros profissionais da educação também acreditam, que esse trabalho é significativo para que tenhamos melhores encaminhamentos pedagógicos”, afirmou Maurício Pastor dos Santos, coordenador dos trabalhos de planejamento integrado entre Estado e municípios.

RESULTADOS - No Colégio Estadual Ângelo Volpato, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba, o trabalho de transição já surtiu efeito nos 64 alunos das três turmas de 6º anos da escola. A estudante Yasmin da Costa Leite, de 11 anos, estudava até o ano passado na Escola Municipal dos Vinhedos e passou pelo processo de transição com visitas feitas no colégio onde estuda este ano.

“Foi bem legal a reunião sobre a transição, os estudantes fizeram um teatro. Apresentaram como funciona a escola, falaram sobre várias coisas que iríamos encontrar estudando aqui. Lá na minha antiga escola nos erámos as maiores e agora somos as menores do colégio. Antes eu só tinha uma professora e agora tenho um professor por matéria, é bem diferente”, contou Yasmin.

Para o estudante Allan Rafael Zamilian de Andrade, 11 anos, a mudança na rotina também foi grande. “Tem muitas mudanças de uma escola para outra, agora temos mais aulas e professores, mas já me acostumei bem aqui”, disse.

A aluna Liriel Camilly Braz, 12 anos, explicou que na Escola Municipal Nympha Maria da Rocha Peplow, no Vista Alegre em Curitiba onde estudava, já conhecia todo mundo e agora está fazendo novas amizades. A mudança também aconteceu na rotina de estudos, agora com mais conteúdo para aprender. “Antes eu levava pouco material para casa e hoje todo dia tenho coisas para estudar em casa. Quando eu entrei aqui no Ângelo Volpato, achei que não ia me adaptar, mas hoje já estou bem acostumada”, afirmou Liriel.

VÍNCULO - O acompanhamento na transição também agrada aos pais e responsáveis pelos alunos que mudam das escolas municipais para as estaduais.

“Acho bem importante esse tipo de trabalho, para todos os pais e a comunidade reforçarem o vínculo com a escola. Sempre estamos juntos e sabemos o que acontece dentro do colégio”, disse Brenda Vale, irmã e responsável pela aluna Tamara Lucia Vale, de 11 anos.

A diretora-auxiliar do Colégio Ângelo Volpato, Estela Fragoso França, afirmou que esse trabalho de transição era um anseio de todos, pais, professores e alunos. “Para os estudantes há uma ruptura muito grande na saída do 5º para o 6º ano. Com essa nova proposta, nós percebemos que dá para fazer essa transição de forma tranquila, passando segurança tanto para os alunos que vêm da rede municipal quanto para os pais. Foi um projeto bem elaborado”, afirmou Estela.

A diretora explica que um trabalho bem feito, desde o início, faz toda a diferença na vida acadêmica dos alunos. “Sabemos que os alunos que chegam agora no 6º ano são a sementinha para o nosso ensino médio. O trabalho tem tudo para dar certo e vai refletir diretamente no aluno”, definiu.

MUNICÍPIOS - Para levar essa experiência de Curitiba para todo o estado, será feito todo um trabalho em conjunto entre os Núcleos Regionais de Educação e as secretarias municipais de Educação. Neste segundo semestre serão definidos documentos colaborativos de formalização do trabalho entre Estado e municípios.

Essa ação terá a participação dos secretários municipais da educação, dos chefes dos Núcleos e de departamentos da Secretaria da Educação do Paraná. “Não interessa em qual rede o estudante está sendo atendido, na municipal ou na estadual, ele deve ter um ensino com toda a qualidade possível, seja em qual rede ele estiver”, afirmou Maurício Pastor, que coordena os trabalhos de transição do 5º para o 6º ano entre Estado e municípios.