Maranhão
05.04.2018O Centro de Ensino de Educação Especial (CEEE) Padre João Mohana, instituição pertencente à rede pública estadual de ensino, realizou na segunda-feira (2) um enriquecedor bate-papo em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado a cada dia 2 de abril.
O evento faz parte de um programa já realizado por aquele Centro, denominado ‘Escola de Pais’, que tem como finalidade proporcionar um espaço de discussões e troca de experiências entre pais, responsáveis e profissionais acerca de diversas temáticas em torno das necessidades de pessoas que sofrem de Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para debater sobre a temática ‘Mitos e Verdades: entendendo o autismo’, os pais, responsáveis e professores do CEEE Pe. João Mohana receberam como convidada a terapeuta ocupacional e mãe de estudante do Centro, Emiliane Macambira, que durante o bate-papo dividiu com os participantes suas experiências, angústias e informações sobre convivência e as formas de tratamentos para pessoas autistas.
Em seu depoimento, Emiliane contou que o convite para palestrar na ‘Escola de Pais’ surgiu não apenas por ela ser profissional da área da saúde, mas também pelo fator da convivência próxima com pessoas com o TEA.
“As professoras me convidaram por conta da minha experiência. Tenho três filhos, dois dentro do espectro, um deles faz acompanhamento no Centro. Então foi só mais um relato mesmo de experiência e foi fantástico”, explica.
Emiliane ressalta ainda a qualidade das atividades desenvolvidas com as crianças e jovens que recebem acompanhamento no CEEE João Mohana e como esse trabalho tem auxiliado no convívio diário com o filho.
“O Centro é fantástico, o pessoal é bastante comprometido. Todo dia a gente aprende e se tornar uma pessoa melhor. Aprendemos com as frustações, a lidar com o novo. Às vezes a gente se frustra porque faz parte, às vezes a gente quer uma coisa e não consegue e fica triste pelas limitações que eles têm”, enfatiza Emiliane Macambira.
Reforma
O CEEE João Mohana, é referência no Maranhão no acompanhamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista e, recentemente, foi totalmente reformado e ampliado pelo Governo do Estado, melhorando o atendimento de crianças e jovens autistas.
Atualmente, o Centro possui no atendimento educacional especializado 78 crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, que recebem acompanhamento não só para tratar do TEA mas, também, de outras deficiências associadas ao transtorno, tais como: paralisia cerebral, deficiência auditiva e TEA, deficiência visual e TEA, e uma diversidade de outras deficiências que englobam a área da deficiência intelectual dentro do Centro.
A gestora geral Luciana de Carvalho Santos reforça o apoio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) na reforma e ampliação do Centro, que hoje possui: sala de recurso, sala de artes, sala de informática, sala da psicomotricidade, sala de fonoaudiologia, para os vários atendimentos associados que englobam a sala de recursos e são propícios para o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.
“Esse é o diferencial que nós temos diante de outras instituições, somos o único Centro que desenvolve esse trabalho, então, todo o peso e toda a vontade que nós temos de mudar a realidade do estado é nossa. Sabemos que temos esse desafio grande e encaramos com toda a responsabilidade que nós temos”, disse Luciana.
Para Ronnes Pereira Braga, pai de Sara Braga aluna do Centro, o atendimento multidisciplinar da escola João Mohana é fundamental para o desenvolvimento intelectual, coordenação motora e coordenação fina e sociabilidade da sua filha.
“A Sara evoluiu bastante. Começamos aqui desde a educação infantil e hoje a Sara está no 1º ano do Ensino Fundamental e, como a fonoaudióloga falou, ela já está pronta para a alfabetização e letramento”, comenta Ronnes Pereira.