Sergipe
18.11.2019No bairro Coqueiral, zona norte de Aracaju, o Colégio Estadual Professora Maria das Graças Azevedo Melo, retoma as atividades do programa Novo Mais Educação. Com a nova gestão diretiva da unidade, as oficinas de Língua Portuguesa, Matemática, Futsal, Flauta, Capoeira e Hip Hop contribuem para a melhoria do ensino e fortalecem a permanência das cerca de 700 crianças e adolescentes que frequentam o programa.
De acordo com o diretor da unidade, Tarcísio Tavares, as oficinas ofertadas no horário oposto ao das aulas resultam em um desempenho escolar mais positivo em virtude da conexão entre o trabalho social e pedagógico dispensado pelos facilitadores que conduzem as ações. “Com as oficinas a gente trabalha a questão social. Se o aluno não está bem na sociedade isso vai atrapalhar”, comentou.
O Novo Mais Educação é um programa do Ministério da Educação (MEC), que tem por objetivo melhorar a aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática no Ensino Fundamental, por meio da ampliação da jornada escolar de crianças e adolescentes. Além destas matérias, o programa desenvolve atividades nos campos das artes, cultura, esporte e lazer, complementando a carga horária em cinco ou quinze horas semanais no turno e contraturno, para estudantes do 1º ao 9º ano.
Em Sergipe, 62 duas escolas estão com o programa em pleno funcionamento, onde contemplam as dez Diretorias Regionais de Educação. No próximo ano, o Novo Mais Educação vai ampliar o número de unidades escolares aumentando a jornada escolar dos jovens. A reprogramação ainda vai proporcionar a adesão de quase 50 escolas.
Novas metodologias
Segundo a Coordenadora Geral do Novo Mais Educação em Sergipe, Cláudia Braz, o programa se concentra no letramento e nas oficinas lúdicas na perspectiva de intercâmbio entre novas metodologias que reforçam o ensino e a aprendizagem das crianças e dos adolescentes. “É uma diversidade que vai do futsal até as oficinas de teatro, para que o aluno interaja mais com a escola, provocando o sentimento de pertencimento”, ressalta.
O planejamento das oficinas é baseado nos dados fornecidos pela Coordenadoria Geral do Programa, com o propósito de fortalecer as ações em cada uma das escolas que apresentarem interesse de adesão. A Diretora Regional de Educação de Aracaju (DEA), Gilvania Guimarães, explica que além de qualificar a proficiência dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática, a permanência e o aumento da jornada também são razões pelas quais o programa existe.
A facilitadora em Língua Portuguesa, Thaislany Ferreira, direciona as atividades para os alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental para a leitura e a escrita; a partir do 6º ano, as oficinas são voltadas para os conteúdos previstos em sala de aula. “Já percebemos resultado nas provas. Tivemos uma avaliação e as notas foram ótimas”, afirmou.
Gerdau Pereira, aluno do 5º ano, se envolve nas oficinas de maneira muito particular. Participativo, responde às provocações dos facilitadores no ato, sem medo. Na demonstração da oficina de Hip Hop, comandada pela professora Diana Ferreira, Gerdau não hesita entrar na roda para colocar em prática os passos oriundos do movimento cultural que surgiu como forma de reação aos conflitos sociais e à violência sofrida pelas classes menos favorecidas da sociedade urbana dos Estados Unidos nos anos 60.
Considerando o aspecto sociocultural da região e a visão marginalizada que as pessoas continuam tendo sobre o movimento Hip Hop, a professora Diana comenta que, embora o estereótipo esteja presente, os alunos participantes da oficina acabam se tornando multiplicadores quando levam para casa informações que esclareçam a existência deste movimento cultural. “Sempre tentamos fazer com que eles passem a informação de que o Hip Hop luta justamente pela transformação social e pela quebra de tabus, por achar que quem mora na periferia é ladrão ou usuário de droga”, concluiu.
Interesse pela Matemática
Nas oficinas de Matemática, a facilitadora Thaisa Fontes observou que os alunos do 7º ano, embora resolvessem equações de primeiro grau em sala de aula, ainda não dominavam as quatro operações básicas. No entanto, ela conduziu as oficinas com a finalidade de diminuir essa carência, o que fez a estudante Clara Vitória se interessar ainda mais pela matéria de que mais gosta. Para a garota, que é uma das alunas do 7º ano, o Novo Mais Educação dispõe de momentos em que o aprendizado também pode ser divertido.
As alunas do 6º ano, Fabiana Silva e Adriane de Jesus, demonstram a mesma alegria ao participar das atividades do programa. Fabiana frequenta a oficina de Flauta e é apaixonada pela melodia que o instrumento faz. “O Novo Mais Educação ajuda muito e ainda ensina uma futura profissão”, contou animada. Já Adriane, que aprendeu a se defender nas oficinas de Capoeira, explica que quando dança se sente livre.