Mato Grosso do Sul
25.07.2019Campo Grande (MS) - Instituto Ayrton Senna realizou estudo aprofundado com relação a evasão escolar de jovens em todo Brasil, sobretudo, com relação aos adolescentes da faixa etária de 15 a 17 anos. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evasão escolar é o principal desafio para que o país consiga universalizar o acesso à educação básica.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), no ano passado, 11,8% dos jovens na faixa etária de 15 a 17 anos estavam fora da escola, o equivalente a 1,1 milhão de pessoas, mesmo com o Plano Nacional de Educação (PNE), de 2014, ter estabelecido a meta de universalizar o atendimento à população de 15 a 17 anos até 2016.
A pesquisa mostra também que a taxa de frequência escolar para alunos no grupo etário aumentou um ponto percentual em relação aos dois anos anteriores, passando para 88,2% em 2018, ou um total de 8,6 milhões de jovens de 15 a 17 anos.
Exemplo para o Brasil
Diante da missão desafiadora, Mato Grosso do Sul, na inserção de estudantes de 15 a 17 anos no Ensino Médio, é o estado brasileiro que teve maior avanço. De acordo com estudos do Instituto Ayrton Senna, em conjunto com Instituto Insper, com base no IBGE, o avanço reflete diretamente na economia de estudantes ao poder público de R$100 mil por ano, além de um ganho de renda ao indivíduo, de pelo menos R$ 40 mil em renda mensal ao longo da vida.
Mato Grosso do Sul, de 2005 a 2017, de acordo com economista chefe do Instituto e professor do Insper, Ricardo Paes de Barros, passou de 81% dos estudantes de 15 a 17 anos matriculados no Ensino Médio, para 89%, “ O estado do MS deve servir de exemplo para o Governo Federal e outros estados da federação, no tocante ao impacto social e econômico que esta ação representa”, menciona Paes de Barros.
A evasão escolar, conforme estima estudo, traz prejuízos não apenas para os jovens, como também, para a sociedade, e faz com que o Brasil desperdice R$ 35 bilhões ao ano - valor calculado a partir da renda do trabalho ao longo da vida a partir da conclusão do ensino médio.
Escola da Autoria
O melhor desempenho do Mato Grosso do Sul, em relação aos estados da federação, na inserção de estudantes de 15 a 17 anos, matriculados no Ensino Médio, está ligado ao Programa Escola da Autoria, que, criado em 2015, elevou a ideia do Ensino em Tempo Integral à um novo patamar.
Com a proposta da Secretaria de Estado de Educação (SED), o estudante se tornou protagonista, passou a conviver de forma mais ativa no ambiente escolar e ganhou novas perspectivas com disciplinas que alinham as teorias da sala de aula com as práticas do cotidiano.
Hoje, em todo Mato Grosso do Sul, são 27 unidades que ofertam Ensino Médio em tempo integral, através do Programa da Escola da Autoria. Presentes nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Corumbá, Naviraí, Ponta Porã, Dourados, Coxim, Bela Vista, Caarapó, Jardim, Amambai, Ribas do Rio Pardo, Sidrolândia, Camapuã, Anastácio e Cassilândia. Regiões diferentes, com hábitos e costumes distintos, e desafios similares.
Com o passar dos anos, a proposta é refinada, de acordo com as avaliações de todas as escolas que participam do Programa. Exemplo disto, é o “Autoria Café e Prosa”, evento que ocorre nesta quinta e sexta feira( 25-26.7), em Campo Grande, que tem como objetivo proporcionar momentos de troca de experiências entre as 27 Escolas da Autoria, “além de uma avaliação do processo de implantação, por meio da análise dos desafios, e proposições de soluções possíveis, possibilitando o replanejamento das ações serem desenvolvidas para o último semestre”, enfatiza gerente de Ensino Médio e Tempo Integral, (GEMTI), Maria Gorete Siqueira Silva.
“Acreditamos que o ensino em tempo integral, por meio de metodologias exitosas, oportuniza ao estudante desenvolver competências e habilidades apropriadas para vivenciar o novo século”, finaliza Secretária de Estado de Educação Cecília Motta.