Alagoas
10.09.2025Levantamento divulgado nessa segunda-feira (8), pela entidade Todos Pela Educação – organização da sociedade civil sem fins lucrativos –, revela que o número de matrículas no ensino médio integral (EMI) em Alagoas registrou crescimento de 29% em 2024, na comparação com o ano anterior.
O desempenho é o sétimo maior do país, e está acima da média nacional de 22%. Os dados tomam como base informações do Ministério da Educação (MEC), Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Diretoria de Estatísticas Educacionais (Deed).
Além de Alagoas, somente oito estados estão acima da média do país, e seis deles são do Nordeste: Pernambuco, que lidera com 71%, seguido por Piauí (58%), Ceará (53%), Paraíba (51%) e Sergipe (32%). Com um crescimento de 33%, o Espírito Santo completa a lista.
Em contraste, oito unidades federativas apresentam cobertura inferior a 10%. As piores situações são as de Distrito Federal (2%), Santa Catarina (3%), Roraima (4%) e Mato Grosso (5%).
O estudo considera como matrículas no ensino médio integral aquelas de alunos que permanecem em atividades presenciais por 35 horas ou mais semanalmente.
EVOLUÇÃO
Entre 2016 e 2024, o número de matrículas no ensino médio integral alagoano registrou aumento de 25,9 pontos percentuais, também o sétimo maior do Brasil. Nessa base de comparação, o Piauí lidera o ranking, com avanço de 47,5 p.p., seguido da Paraíba (43,4 p.p.), Ceará (37,4 p.p.) e Espírito Santo (31,6 p.p.).
Já no outro extremo, alguns estados registraram crescimentos muito baixos ou até mesmo retrocessos. O caso que mais se destaca é o de Rondônia, com uma redução de 9,7 pontos no percentual de matrículas, seguido por Santa Catarina (-3,6 p.p.) e Distrito Federal (1,1 p.p.), que praticamente não avançou na última década.
Para o Todos Pela Educação, a evolução do ensino médio integral nos estados líderes mostra que a expansão consistente dessa política pública é viável, mesmo em contextos inicialmente desfavoráveis.
“As redes que ainda têm cobertura limitada podem se inspirar nessas trajetórias para impulsionar a expansão local dessa modalidade de ensino considerando suas realidades locais, particularidades territoriais e desafios próprios”, ressalta o estudo.
ESCOLAS
O estudo também mostra que o número de escolas que ofertam ensino médio integral atingiu 47% em 2024 – chegando a 112 unidades em todo o estado. Esse número representa um crescimento de 39,1 pontos percentuais em relação ao registrado em 2016. Atualmente, dos 34.021 alunos matriculados no ensino integral em Alagoas, 28.478 deles estão no ensino médio dessa modalidade.
Em contraste, há casos que acendem alerta: Santa Catarina, que recuou 12,3 pontos percentuais no período, e Rondônia (com menos 15 p.p.), apontando para descontinuidade ou retrocesso da política na rede de ensino médio integral.
Para a secretária de Estado da Educação, Roseane Vasconcelos, é com imenso orgulho que se celebra essa conquista histórica para o estado de Alagoas. “Este resultado não apenas nos coloca à frente de muitos estados, mas também demonstra a eficácia de nossas políticas públicas, já que superamos a média nacional de 22%”, destaca a gestora. Esse expressivo avanço é a prova do compromisso do Governo com a oferta de uma educação de qualidade e com a preparação dos jovens para os desafios do futuro.
Ela ressalta ainda que nenhuma vitória como essa seria possível sem a dedicação e o talento dos professores, os verdadeiros protagonistas da educação integral. “Eles são a base de tudo, pois, com sua formação contínua e compromisso diário, transformam a teoria em prática, garantindo que o modelo de ensino integral seja um sucesso”, afirma Vasconcelos. O Ensino Integral, por sua vez, oferece aos estudantes uma jornada pedagógica mais completa, com aprofundamento de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e a construção de projetos de vida, preparando a juventude alagoana para o amanhã.
PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO
O Todos pela Educação explica que a institucionalização do ensino médio integral enquanto política pública depende do seu alinhamento nos principais instrumentos de planejamento dos estados: os Planos de Governo, os Planos Estaduais de Educação (PEEs) e os Planos Plurianuais (PPAs). Nesse sentido, Alagoas está entre os 27 entes federativos que menciona a educação integral em seu PPA vigente.
“Os Planos Estaduais de Educação são instrumentos legais orientadores das políticas educacionais nos entes federados, elaborados com base nas diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE). A lei que regulamenta o Plano Nacional de Educação 2014-2025, determina que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios atuem em regime de colaboração para o cumprimento das metas, cabendo aos gestores públicos a adoção das medidas necessárias à sua implementação”, explica a entidade.
Carlos Nealdo / Agência Alagoas