Minas Gerais
02.12.2024O desafio de ensinar os estudantes da rede estadual de ensino sobre mercado financeiro, o uso correto do dinheiro e a aplicabilidade da moeda, vai além dos números da disciplina de matemática e da eletiva de educação financeira, componente curricular do Novo Ensino Médio.
Iniciativas como a da professora Eliana Demarques, da Escola Estadual Helena Guerra, em Contagem, têm mostrado bem isso. Ela criou a Biblioteca Interativa da Educação Financeira e Inclusiva (BIEI), integrando temas contemporâneos e transversais, para a formação integral do estudante, especialmente no que se refere ao letramento financeiro. Com a ação, ela pretende avançar na qualidade do material didático em libras e transcritos em braille.
A partir da BIEI, a professora desenvolveu o produto Educação Financeira, Fiscal e Ambiental para a Cidadania Global, implementado no Plano de Recomposição das Aprendizagens (PRA) como atividade nas aulas de Reforço Escolar em várias escolas prioritárias da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana B (SRE).
Com esse projeto inovador, a professora é finalista do Prêmio Nacional de Educação Fiscal na categoria tecnologia. A cerimônia da premiação será realizada no dia 04 de dezembro, em Brasília.
De acordo com a docente, a ação inovadora poderá ser expandida para toda rede estadual de ensino, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes da rede.
“Nas atividades, considera-se a motivação como principal fator crítico de sucesso na alfabetização matemática e letramento financeiro para multiplicar a cultura do empreendedorismo nas escolas. Com isso, promovemos uma aprendizagem criativa, significativa e colaborativa”, ressaltou Eliana Demarques, idealizadora do projeto.
Expansão da Educação Financeira na Rede Estadual
A partir de 2025, a Educação Financeira será oficialmente um componente curricular obrigatório para as turmas do 2º e 3º anos do Ensino Médio noturno.
A medida visa ampliar o alcance da disciplina que, desde 2024, já é oferecida como eletiva em escolas estaduais de Minas Gerais. O objetivo é capacitar os estudantes para lidar de forma consciente com questões financeiras cotidianas.
“A inclusão da Educação Financeira como disciplina obrigatória para o noturno reflete nosso compromisso em formar cidadãos economicamente preparados, capazes de tomar decisões financeiras responsáveis e sustentáveis ”, afirmou Vanessa Nicoletti, diretora de Ensino Médio da SEE/MG.
Em 2024, a disciplina contemplou 142 mil estudantes do Ensino Médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em aproximadamente cinco mil turmas.
Sobre o Prêmio Nacional de Educação Fiscal
A Associação Nacional das Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (FEBRAFITE) realiza desde 2012 o Prêmio Nacional de Educação Fiscal, que busca valorizar projetos que atuem com as temáticas da função social dos tributos, a qualidade do gasto público, bem como acompanhamento do retorno dos recursos para a sociedade.
Nesta edição a premiação recebeu 248 inscrições nas quatro categorias: escolas, instituições, imprensa e tecnologia. Foram inscritos projetos de 24 estados do país.
A iniciativa já impactou mais de 15 mil estudantes e distribuiu mais de R$500 mil em premiações a projetos que trabalham com a função social dos tributos, a qualidade do gasto público e o acompanhamento do retorno dos impostos para a sociedade.