Distrito Federal
09.10.2019Mostra faz parte das comemorações do mês do servidor
Professores readaptados mostraram o quanto a educação pode ser ampla, criativa e ultrapassar as paredes da sala de aula. A exposição Para além da regência de classe reuniu trabalhos de sucesso de docentes readaptados da rede pública nesta terça-feira (8/10), no salão Branco do Palácio do Buriti.
A mostra faz parte das comemorações do mês do servidor, com ações realizadas em outubro pela Secretaria de Educação. “Nosso objetivo é valorizar esses professores que tanto contribuem para educação, por isso fizemos questão que essa exposição fosse em um local nobre, o que traz muito significado. Os trabalhos desses servidores que estão na condição de readaptados não apagam a missão que eles têm com a educação. Esses projetos revelam novos horizontes de aprendizagem para os estudantes”, ressalta a subsecretária de Gestão de Pessoas da SEEDF, Kelly Bueno.
“Hoje é um dia de muita emoção ao mostrar que é possível ressignificar nossa prática como professores. São projetos que mostram uma educação humanizada e efetiva”, afirma a professora Janaína Almeida, que representou o secretário de Educação no evento.
Teatro, literatura, música e até uma geladeira transformada em minibiblioteca são ferramentas férteis para educação. A professora Eliene Santos teve essas ideias criativas para incentivar os estudantes do Centro de Ensino Fundamental São José, em Planaltina, a criarem gosto pelos livros. Ela se veste de personagens das histórias, inventa músicas, dança e desenvolve outras ações para integrar as crianças no desafio de ler.
Eliene foi readaptada há 10 anos e redescobriu formas de ensinar. “Sempre amei dar aulas e tive que me reinventar após a readaptação. Hoje me sinto valorizada e realizada! Quero fazer da biblioteca um organismo vivo e pulsante, por isso desenvolvo ações ativas com os alunos como protagonistas que vão além do espaço da biblioteca e percorrem outros pontos da escola “, revela.
Outra iniciativa inspiradora é a da professora readaptada Edivânia Moreira, do Centro de Ensino Médio 1 de Sobradinho. O projeto Troca Solidária tem um espaço na escola que foi reformado e mais parece uma butique com araras de roupas, sapatos e acessórios organizados. Lá, os estudantes podem doar e trocar objetos de interesse de acordo com as opções disponíveis, sem custo.
Mas os ensinamentos vão além dessa “permuta” de objetos. A professora consegue construir momentos de conversa com os jovens sobre temas que ajudam na busca de uma qualidade de vida. Diálogos abertos sobre valores como gratidão, perdão, equilíbrio emocional, alegria e superação são oportunizados com os alunos que CEM 1.
“Passei por processo de perda de valor durante a readaptação, mas consegui superar e me reconstruir. Hoje estou numa escola com todo apoio e quero multiplicar o conhecimento para que os estudantes também se sintam honrados e aceitos”, conta Edivânia.
Arte e cultura
A cerimônia de abertura da exposição Para além da regência de classe foi repleta de momentos de cultura e arte. Professores e alunos da Escola de Música de Brasília abrilhantaram a manhã com músicas em voz e piano.
O grupo Ave Branca, formado por estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e professores readaptados da Escola Classe Monjolo de Planaltina, animou os que prestigiaram o evento com muito forró. Alguns professores ficaram empolgados com o ritmo e até arriscaram passos no salão.
Esse clima de celebração permeou a manhã no Salão Branco. Os trabalhos dos professores readaptados das mais diversas áreas contagiou os visitantes no evento com os projetos de música, literatura, fotografia, música, alimentação saudável, qualidade de vida e muito mais.
Thaís Rohrer, Ascom/SEEDF