Sergipe
21.10.2024Em mais um cenário de protagonismo estudantil, alunos da rede estadual de ensino participam da simulação da Assembleia Estudantil da ONU, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), por meio do Projeto MiniONU. Os estudantes do Centro de Excelência Atheneu Sergipense e Centro de Excelência Dom Luciano José Cabral Duarte (ambos de Aracaju), Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa (Nossa Senhora da Glória) e Colégio Estadual Professor Abelardo Romero Dantas (Lagarto) viajaram à cidade de Belo Horizonte para apresentar seus conhecimentos e acrescentar sugestões aos debates realizados.
O projeto, realizado há 25 anos pelo Departamento de Relações Internacionais da universidade, tem como objetivo levar temas internacionais aos alunos do ensino médio, inserindo-se no conjunto de simulações das Nações Unidas. Sob o lema ‘As histórias do futuro’, a equipe organizadora do evento observa a realidade e analisa os principais eventos internacionais, dedicando-se à promoção de uma edição que sirva de espelho para as questões relevantes do mundo.
Os alunos das outras três escolas, juntamente com seus professores, marcaram presença no evento por meio da delegação da Atheneu ONU, a maior simulação intercolegial da América Latina.
O diretor do Centro de Excelência Atheneu Sergipense, Daniel Lemos, diz que essa metodologia de simulações da Assembleia Geral da ONU, desenvolvida pela instituição, favorece a construção de habilidades dos alunos. “A gente percebe que, quando esses alunos participam de eventos como a MiniONU, eles trazem as experiências dessas trocas entre pessoas, não só para os assuntos que geram discussões sobre o futuro, mas também para eles mesmos. Eles têm a oportunidade de ter contato com outros tipos de cultura e com outros estudantes, o que contribui com o desenvolvimento das soft skills, que os ajudam a negociar e a compreender a necessidade do outro”, finaliza Daniel.
Delegação intercolegial
A aluna do Atheneu Sergipense, Clara Almeida, conta que o MiniONU foi um divisor de águas, não só em sua caminhada como delegada de simulação, mas também como pessoa. “Foi minha primeira viagem para fora do meu estado e a primeira de avião, consequentemente. Conhecer o mundo sempre foi o meu sonho, e ter a oportunidade de ir para Belo Horizonte representar minha cidade e estado foi inimaginável. Eu me doei ao máximo para que todos os esforços valessem a pena e eu representasse de maneira única todos os estudantes que também almejam tais oportunidades”, conta. Clara diz, também, que é apaixonada pelo mundo de simulações e que, especificamente nesta, conheceu pessoas do Brasil inteiro. “Foi avassalador, lindo e desafiante. A educação é realmente libertadora e pode transformar a vida de milhares de pessoas. Eu sou a prova viva disso”, relata.
O aluno Jorge Souza, que assume o cargo de secretário-geral do Atheneu ONU, diz se sentir honrado por ter participado do evento, e muito feliz por ter conseguido dar o seu melhor. “Tive a honra de representar o Brasil na simulação em um comitê que falava sobre a crueldade animal na indústria de cosméticos e, mesmo o Brasil tendo alguns posicionamentos meio contraditórios, ouvir de outras pessoas, e até mesmo da organização do evento, que eu estava me posicionando muito bem como nação me deu a sensação de dever cumprido. É incrível poder trocar experiências com outros jovens, de lugares diferentes e que têm os mesmos interesses que o meu”, destaca.
Jorge comenta, ainda, a felicidade de ter a oportunidade de aprimorar as técnicas em oratória, debates e negociação. “Foi incrível ter essa oportunidade e, graças à Seduc, foi tudo mais especial ainda. Agradeço pelo apoio e cuidado que tiveram com cada um de nós. Foi uma experiência muito mais que incrível”, diz o aluno.
O professor do Atheneu Sergipense Yuri Norberto conta que oferecer aos estudantes a experiência de conciliar o desempenho acadêmico nesse tipo de evento é muito proveitoso. "Para simulações como essa, eles precisam estudar geopolítica, sociologia, aspectos químicos e geográficos, que retratam a complexidade do mundo e como este se organiza", diz Yuri. O professor menciona, ainda, o desenvolvimento pessoal alcançado pelos alunos, tendo em vista que nesse tipo de evento eles aprendem a lidar com a maturidade e a manejar situações estressantes. "No mundo das simulações eles lidam com muitos problemas complexos e de alto nível, exigindo deles a aliança entre o desempenho acadêmico e seu desenvolvimento pessoal", comenta.
A aluna do entro de Excelência Manoel Messias Feitosa, Brunelly Feitosa conta que desde que tudo começou no mundo das Simulações da ONU em sua vida, no ano de 2023, tem revigorado pensamentos críticos por meio dos debates como uma delegação. “Um sonho lá atrás aflorado foi a chave e o impacto que senti por meio do poder da educação, pois, geralmente, as pessoas tendem a permanecer numa ‘caixinha’, fora de uma realidade, sem espaço e sem voz, sem buscar alternativas e até mesmo desconhecem esse impacto. Eu, uma aluna da rede pública, representei meu estado na Assembleia Geral da ONU e eu não posso mencionar outra palavra que não seja gratidão, por ter a oportunidade de ser transformada e poder transformar outras pessoas por meio da educação”, expressa Brunelly.
O professor Thiago Andrade, que acompanhou os alunos do Centro de Excelência Manoel Messias Feitosa na simulação, diz que ter a oportunidade de participar do evento é uma virada de chave para ele. "Estamos percebendo que podemos fazer muito mais do que já fazemos, e que não devemos nos acostumar com a mesmice, até porque a educação está em constante mudança", afirma.
A aluna Mariana Oliveira Santos, do Abelardo Romero, conta que participar dessa experiência está sendo um divisor de águas em sua vida. “Participar dessa simulação é uma troca de informações intensas, e isso está ampliando as fronteiras do meu conhecimento, bem como o encontro com pessoas de diferentes culturas e localidades. O meu coração está transbordando de felicidade e gratidão pela oportunidade de viver tudo isso”, compartilha Mariana. A estudante deseja, ainda, que outros estudantes tenham a oportunidade enriquecedora de participar de uma simulação.
Para Simon Cantionilia, aluno do Dom Luciano, sua experiência no mundo das simulações vem moldando sua personalidade e sua forma de enxergar o mundo. “É uma experiência arrebatadora, desde a ansiedade na preparação até o decorrer do evento. Esses eventos acadêmicos me proporcionam diversos aspectos importantíssimos para ser bem-sucedido na nossa sociedade, como liderança, boa oratória, senso crítico, agilidade para organizar e mecanizar ideias, além de me proporcionar ver o mundo de uma forma que eu nunca tinha visto antes, um mundo de oportunidades”, avalia.
Simon acrescenta que as simulações têm possibilitado ele chegar a lugares que nunca havia pensado em alcançar. “Dentre elas posso destacar minha aprovação para o MIB Final, para a simulação de Harvard, no Panamá, minha aprovação na simulação de Princeton, DarthMouth, entre outras oportunidades incríveis que alcancei nesse mundo tão incrível”, conclui o aluno.