Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
18.09.2019Por Leonado Tomaz
Mais uma vez os alunos da Rede Estadual de Ensino mostraram seu potencial na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Estudantes de cinco unidades escolares de três municípios de Sergipe alcançaram médias suficientes para serem agraciados com medalhas de ouro, prata e bronze. As escolas participantes foram os Centros de Excelência Professora Maria Ivanda de Carvalho Nascimento, Atheneu Sergipense e Dom Luciano, em Aracaju, além do Colégio Estadual Professor Abelardo Romero Dantas, em Lagarto, e o Colégio Estadual Severiano Cardoso, localizado em Boquim.
A Ciência e a Tecnologia nas escolas estaduais têm proporcionado resultados excepcionais que vêm transformando a rotina dos estudantes e comunidade escolar em geral. Projetos de robótica, criação de aplicativos, construção e lançamento de foguetes, pesquisas de cunho sustentável aproximam os jovens de uma realidade científica que já faz parte do seu cotidiano estudantil e que serve de inspiração para o futuro.
No Centro de Excelência Dom Luciano, há três anos a astronomia faz parte dessa realidade através da disciplina eletiva do Ensino Médio em Tempo Integral, conduzida pelo professor Tiago Viana. Com o engajamento e desempenho dos estudantes, a escola é tradicionalmente premiada na OBA e coleciona dezenas de medalhas. Nesta edição, além dos medalhistas na prova de Astronomia e Astronáutica, a equipe da unidade conseguiu resultado positivo no lançamento de foguetes, conquistando uma vaga na etapa nacional da 13ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), a acontecer no Rio de Janeiro, em novembro.
Os medalhistas do Dom Luciano são os alunos Diogo Eduardo Alves Martins, Lucas Reynan Nascimento Lima, Matheus dos Santos Nascimento, Mayra Santos Moura e William Kevin dos Santos.
Escola atuante nos projetos de ciência e tecnologia, especificamente na criação de protótipos de robótica, o Centro de Excelência Professora Maria Ivanda de Carvalho Nascimento, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral, conquistou oito medalhas na OBA. Segundo o orientador dos estudantes, professor Manoel Messias Pereira Valido Filho, a olimpíada é uma forma de estimular as potencialidades de cada aluno. Ele ainda confidencia que já tem quem pense em seguir a carreira na Astronomia. "É gratificante vê-los recebendo esse reconhecimento. São alunos comprometidos com o conteúdo e que conseguem ir além dos nossos ensinamentos", pontuou Valido, informando que aos sábados letivos realiza atividades extracurriculares com os estudantes sobre tecnologia.
No Maria Ivanda, os alunos Andressa Letícia dos Santos, Carlos Brenno de Jesus Santos, Gabriel Santos Silva, Gustavo Menezes Santos, Ionara Fantyne Lima Santos, José Alisson Dias de Almeida, Laiza Martins Nascimento e Rayssa Dantas Sátiro Manoel alcançaram a média e foram premiados com medalhas.
Representando o Centro de Excelência Atheneu Sergipense na OBA, o aluno Lucyano Moraes de Melo Filho conquistou medalha de ouro. Quem o orientou foi a professora Helena Cristina Carvalho de Oliveira.
O destaque vai ainda para as escolas do interior do Estado. No Colégio Estadual Severiano Cardoso, em Boquim, o jovem Gustavo de Souza Santos, participando pela primeira vez da competição, também foi reverenciado com medalha de ouro. A professora Andréia Reis Fontes foi a sua orientadora.
Já no centro-sul de Sergipe, sob a orientação do professor Irlan Marques Cunha Portela, dois alunos do Colégio Estadual Professor Abelardo Romero Dantas, em Lagarto, conquistaram medalhas de prata e bronze na Olimpíada de Astronomia. São eles: José Vitor Rodrigues Santos (prata) e Marcos Vinicius Menezes Santos (bronze).
Para Marcos Vinicius, estudante do 2º ano do Ensino Médio em Tempo Integral, que participou pela segunda vez da OBA, encarar novos desafios sempre foi o seu forte. Ele afirma que a experiência adquirida na prova é uma forma de impulsionar seu conhecimento acerca da área de exatas. Sobre os objetivos de vida, ele conta que pensou em cursar física teórica na universidade, mas mudou de ideia e agora tem a pretensão de cursar direito. "O social é o que me fascina", definiu.
OBA e MOFOG
A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Universidade Paulista (Unip), Visiona Tecnologia Espacial e Avibras Indústria Aeroespacial.
A olimpíada é dividida em quatro níveis - os três primeiros são para alunos da educação primária e o quarto para os da educação secundária - e a prova é composta de 10 perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maioria das questões é de raciocínio lógico. As medalhas são distribuídas conforme a pontuação obtida por cada nível. A edição de 2017 reuniu 665.131 participantes. Em 20 anos de existência, a OBA já superou a marca dos 8,5 milhões de participantes e distribui anualmente cerca de 40 mil medalhas.
A Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) é uma olimpíada inteiramente experimental, pois consiste em construir e lançar, obliquamente, foguetes a partir de uma base de lançamento, o mais distante possível. Foguetes e bases de lançamentos devem ser construídos por alunos individualmente ou em equipes de até três componentes.
Podem participar alunos do primeiro ano do ensino fundamental até os do último ano do ensino médio, por isso ela tem quatro níveis, conforme definido no regulamento. A Mobfog ocorre totalmente dentro da própria escola, tem uma só fase e é realizada em apenas um ano letivo. A participação dos alunos é voluntária e não há obrigatoriedade de número mínimo ou máximo de alunos ou equipes, mas o ideal é que cada equipe tenha no máximo três alunos. Ao final da Mobfog todos os alunos recebem um certificado de participação, bem como os professores envolvidos no processo e também os diretores escolares. Além disso, temos distribuição de medalhas para os alunos que obtiverem os maiores alcances em seus respectivos níveis.