Estudantes do Gama são promessa da bocha paralímpica

Distrito Federal

25.11.2019

Atletas conquistaram medalhas e primeira colocação por equipe nas Paralimpíadas Escolares

Os estudantes Eduardo Vasconcelos, de 16 anos, e Débora Corrêa, de 14 anos, ainda são jovens, mas já podem ser considerados destaques na bocha paralímpica. Os atletas conquistaram, na sexta-feira (22), uma medalha de bronze e uma de ouro, respectivamente, nas Paralimpíadas Escolares, ajudando a delegação do Distrito Federal a alcançar a primeira colocação por equipes da modalidade.

As promessas do esporte paralímpico contam com semelhanças na trajetória vitoriosa. Ambos estudam em escolas da rede pública no Gama. Eduardo é aluno do CEM 01, enquanto Débora estuda no CEF 04.

Outro fator comum é o amor instantâneo que tiveram pela bocha. “Ainda pequeno cheguei a jogar outros esportes. Mas quando fui apresentado à bocha, com apenas oito anos, foi paixão à primeira vista”, relata Eduardo.

O esporte foi apresentado para Débora um pouco depois, quando ela tinha 11 anos, mas também a conquistou de imediato. “A equipe médica do hospital Sarah Kubitschek sugeriu que fizesse um esporte. Indicaram natação, mas eu não sabia nadar. Então apresentaram a bocha. Comecei a jogar e não parei mais” conta a jovem.

Desde então, o amor dos dois pelo esporte se transformou em conquistas. Eduardo compete há quatro anos e coleciona títulos. E 2019 foi especial. Pela primeira vez o estudante conseguiu vaga no campeonato brasileiro de bocha paralímpica, disputado no início de novembro. Logo na estreia, conseguiu a prata por equipes e a quarta colocação individual de sua categoria. “Foi a minha maior conquista até agora”, afirma o atleta.

Débora segue pelo mesmo caminho. Em três edições das Paralimpíadas Escolares, três medalhas, sendo uma prata na estreia e dois ouros nas edições mais recentes. “Não esperava que teria resultados tão rápido”, revela a adolescente.

Esporte para a vida

Além das conquistas esportivas, Eduardo ressalta a importância do esporte na qualidade de vida. “Muitas pessoas com deficiência ficam em casa e sequer saem. O esporte permite termos uma vida mais dinâmica e social. Há quem ache que, por estarmos em uma cadeira de rodas, vivemos tristes. Mas basta olhar ao redor, nas competições, para ver que isso não é verdade”.

O atleta até brinca com a situação. “O esporte paralímpico me permitiu muitas coisas, como minha primeira viagem de avião entre outras vitórias. Se descobrissem a cura para a paralisia hoje, não sei se ia querer tomar”, comenta sorrindo o atleta, que treina semanalmente no Centro Olímpico de Santa Maria.

Para Débora, o esporte foi um recomeço e trouxe novas esperanças. “Ela estava sem rumo, deprimida. A bocha transformou a vida dela para o bem. Hoje em dia ela é dedicada, corre atrás dos seus objetivos. É outra pessoa”, relembra a mãe, Vanessa da Silva, que acompanha a filha nos treinamentos no Centro Olímpico do Gama, enquanto pratica aulas de natação e ginástica.

Quanto ao futuro, a principal meta de ambos é clara: chegar aos Jogos Paralímpicos. Até lá, os jovens afirmam que seguirão os estudos. Cursando o segundo ano do ensino médio, Eduardo pretende ingressar no curso de Direito. Débora ainda está no oitavo ano do ensino fundamental, mas pensa em se tornar uma pediatra. Mas se depender dos resultados recentes, o caminho da carreira esportiva parece mais provável para a dupla.

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João Gabriel Amador, Ascom/SEEDF