Distrito Federal
12.12.2024A iniciativa faz parte da Gincana Primavera X, uma competição nacional virtual promovida pela ONG LiveLab em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. O projeto visa formar líderes comunitários e estimular o protagonismo jovem na preservação dos recursos hídricos.
O método escolhido para o reflorestamento do Cerrado tem origem japonesa, como explica o professor de biologia e coordenador pedagógico do CED Agrourbano Ipê, Leonardo Hatano, que inclusive ministrou uma oficina sobre a técnica durante o VI Fórum Permanente de Educação Ambiental da Secretaria de Educação do DF em 2024.
“É uma técnica desenvolvida na década de 70 por um microbiologista de sobrenome Fukuoka. A bolinha de argila contém sementes de espécies nativas do Cerrado e um pouquinho de adubo“, detalha Hatano. “A argila vai proteger as sementes contra a predação e contra as tempestades. Quando começa a chover, a água umedece a argila, hidrata a semente, e ela nasce já em um ambiente um pouquinho melhor.”
A integrante da equipe técnica-pedagógica de Educação Ambiental da SEEDF, Roselei Camargo, ressalta a importância do Cerrado para o equilíbrio ambiental do país. “É o segundo bioma mais biodiverso do país e fundamental para a regulação do ciclo hidrológico, abrigando as nascentes das três maiores bacias da América do Sul: Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata“, destaca.
O projeto vai além do plantio. Os estudantes mergulharam em um estudo completo sobre a microbacia do Lago Paranoá, visitaram nascentes e até desenvolveram uma pesquisa que rastreou o caminho de uma gota d’água desde a nascente do Ipê Coqueiros até o Oceano Atlântico, trabalho que foi premiado na etapa regional do 13º Circuito de Ciências.
Para a aluna Fátima Emanuele Rodrigues Nunes, de 12 anos, a experiência foi transformadora. “Todo mundo estava muito animado. A gente não sabia do que se tratava, mas ao longo do projeto, estudamos as bacias que tem por aqui no Combinado Agrourbano“, conta a estudante do 7º ano.
A consciência ambiental já está enraizada nos jovens participantes. Miguel Vieira da Nóbrega, de 12 anos, demonstra maturidade ao falar sobre a importância da preservação. “A gente vive com outras formas de vida, não é só a gente. E todas elas precisam de água, precisam de coisas que estão na natureza. Se a gente não preserva essas coisas que a gente precisa, a gente não vive“, destaca.
Texto: Giordano Bazzo, Ascom/SEEDF
Foto: Felipe de Noronha, Ascom/SEEDF