Sergipe
06.05.2021O projeto Tecnologia Alternativa e Sustentável no Combate à Mosca-negra-dos-citros (Aleurocanthus woglumi Ashby – Aleyrodidae), desenvolvido pelos alunos Alisson Souza da Cruz e Paulo Souza dos Santos no ano de 2020, sob a orientação do professor Pedro Ernesto Oliveira da Cruz, foi o premiado em três categorias na 19ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) 2021.
A equipe é do Colégio Estadual Prefeito Anfilófio Fernandes Viana, localizado na cidade de Umbaúba, no Sul Sergipano. No fim da Febrace, que ocorreu entre os dias 15 e 27 de março de 2021, de forma virtual, o projeto recebeu os prêmios de Defesa Civil do Estado de São Paulo, Destaque Unidades da Federação (Sergipe) e também na categoria Ciências Agrárias, em 4º lugar.
De acordo com o professor Pedro, que leciona a disciplina de Química, o projeto teve como objetivo avaliar uma alternativa barata, eficaz e sustentável para o combate da mosca-negra-dos-citros, praga que tem aterrorizado os citricultores do estado de Sergipe. “Surgiu do questionamento dos estudantes em encontrar uma solução para o problema que os seus pais, amigos e vizinhos enfrentam na comunidade, pois o controle químico da praga é realizado por meio de agrotóxicos que são caros e prejudiciais ao meio ambiente”, ressaltou. Ainda segundo o professor Pedro, o projeto também será apresentado na Feira Brasileira de Jovens Cientistas que acontecerá em junho.
Para o jovem Paulo Souza dos Santos, integrante da equipe, participar da Febrace pela primeira vez de forma virtual foi uma sensação indescritível. “O nosso projeto teve origem quando nós observamos uma problemática na nossa comunidade rural (povoado Colônia Sergipe, Indiaroba-SE): a mosca-negra-dos-citros, um pequeno inseto que prejudica a produção de laranja. A partir daí fizemos pesquisas bibliográficas sobre a Mosca-negra-dos-citros e controles biológicos contra esse inseto”, explicou o aluno.
O intuito da empreitada era produzir uma tecnologia alternativa sustentável que fosse eficiente no combate à mosca-negra-dos-citros, utilizando matérias-primas encontradas em abundância na região, como as cascas de laranja e da mandioca que eram descartadas de forma inadequada no meio ambiente. “Das cascas de laranja nós extraímos o óleo essencial usando um hidrodestilador caseiro que nós mesmos construímos. Da mandioca utilizamos um subproduto chamado manipueira. Esse subproduto é extraído no processo de fabricação da farinha de mandioca ”, explicou o aluno Paulo. Para ele, apresentar o projeto na Febrace é uma experiência memorável. “O meu amigo Alisson Souza e o meu orientador Pedro Ernesto são pessoas que irei levar comigo para sempre, um ajudou o outro para estarmos preparados e focados na nossa apresentação na Febrace”, concluiu.
Alisson Souza da Cruz, terceiro integrante da equipe, imaginava ser impossível participar de feiras de ciências. Segundo ele, a participação significou que para democratizar o acesso à ciência e à pesquisa existem diversos meios. “Na Febrace eu consegui compartilhar e adquirir conhecimento com outros jovens cientistas que no futuro poderão transformar suas realidades, causando mudanças de impacto ainda maiores no cenário brasileiro”, enfatizou com alegria o jovem estudante.