A rede estadual de ensino de Alagoas voltou a brilhar em mais uma competição de matemática: trata-se do Concurso Canguru de Matemática, o qual reúne, anualmente, seis milhões de estudantes de 80 países.  A rede estadual teve três medalhas – 1 ouro, 1 prata e 1 bronze – além de 17 Menções Honrosas.

As medalhas de ouro, prata e bronze foram conquistadas, respectivamente, pelos estudantes João Victor Silva dos Santos, da Escola Estadual Padre Cabral; Pablo Davi da Silva de Jesus, da Escola Estadual Fernandes Lima e Maysa Terto e Maysa Terto Silva, da Escola Estadual Onélia Campelo. Todos são de Maceió.

Já a Honra ao Mérito foi alcançada pelos estudantes Vitória Estephane Santos de Oliveira, Maria Isabel Barboza Cordeiro de França e Matheus Nascimento da Silva (Onélia Campelo); Felipe Barbosa e Gustavo Bruno (Padre Cabral); Gabriel Mendonça Lins, Júlia Manuelly de Oliveira, Mayza Herculano, Leonardo José Ferro Moreira e Esmeralda Duran Mendes (Fernandes Lima); Jadiara de Souza Costa, Carla Raquel de Carvalho Ferreira, Myckaelle dos Santos Silva, Pedro Octávio dos Santos, Livia Lays dos Santos Silva e Anny Louyse Silva Pinheiro (Escola Estadual Djalma Barros Siqueira, de Coruripe).

No Brasil, o concurso é realizado desde 2009. Em 2018, por exemplo, cerca de 500 mil alunos de mais de 2.500 escolas participaram da competição.

Tríade de ouro - Aluno do 9º ano da Escola Estadual Padre Cabral, João Victor já é um veterano de olimpíadas de matemática. Em um período de dois anos, arrebatou três medalhas de ouro em competições dessa área: as edições 2019 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e da Olimpíada Alagoana de Matemática (OAM) e, agora, a Canguru 2021.

Esta foi a primeira participação de João no concurso. Ele conta como se preparou para as provas.

“Quis participar porque gosto muito de olimpíadas de conhecimento. Comecei a me preparar desde o ano passado, fazendo uso do material presente no site da Canguru. Foi uma experiência encantadora e fiquei muito feliz pelo ouro em minha primeira participação. Agradeço ao apoio de minha família e de todos que fazem a Padre Cabral”, frisa João.

A escola também comemora a façanha de João. Para o professor de matemática Erisvaldo Pedrosa, ele é um estudante diferenciado. “João tem sede de conhecimento, gosta de desafios e tem um talento para o cálculo matemático. Além disso, é um jovem dedicado e um líder entre os alunos da Padre Cabral, um líder para o bem”, destaca.

Edjane de Oliveira, diretora-adjunta da Padre Cabral, disse que sempre acreditou no sucesso de João na Olimpíada. “Esta foi a nossa primeira participação e já tivemos três medalhas. Isso se deve ao incentivo do João, que também estimulou outros colegas de turma. Sempre confiamos em seu potencial e quando vimos o resultado, fizemos questão de ligar para ele e para o professor Erisvaldo. João é nosso menino de ouro e muito orgulha a nossa escola”, fala, emocionada, Edjane.

Referência – Para a Escola Estadual Fernandes Lima, a medalha de prata de Pablo e as seis menções honrosas  também são motivo de orgulho. “Em nossa escola, as olimpíadas têm uma grande importância no desenvolvimento de nossos alunos e é sempre uma alegria quando eles conquistam medalhas. Isso serve de combustível para nós que acreditamos no poder transformador da Educação e, em um período de pandemia, onde temos tantos desafios, essa conquista nos deixa ainda mais felizes”, comemora a diretora Michele Lins.

Pablo fala com alegria da sua façanha. “É uma sensação incrível saber que conquistei a medalha de prata entre tantos alunos, em todo o Brasil. Meu maior orgulho é ter representado a Fernandes Lima com excelência graças à ajuda do professor Geraldo, que me incentivou bastante”, relata o garoto, aluno da 6ª série.

Geraldo Ferreira, professor de Pablo, afirma que ele tem potencial para alçar voos mais altos. “É um aluno excepcional, dedicado. Fiquei muito feliz com o seu resultado, pois, esse ano, a nota de corte do nível dele foi muito alta. De 120 pontos ele conseguiu fazer 107.50. Isso é motivo para trabalhar com ele mais amplamente, pois sei que conseguirá muito mais resultados e será uma referência para todos da escola”, prevê.

Em 2020, a Fernandes Lima teve 11 estudantes premiados na Canguru, sendo dez com Menção Honrosa e uma medalha de bronze para a estudante Esmeralda Duran.

Motivação – Para a Escola Estadual Onélia Campelo, o bronze de Maysa é uma motivação para que mais estudantes se interessem pela matemática e foquem nos estudos.

“Sempre estimulamos nossos alunos a participarem de competições como a OBMEP, Canguru, ONC, dentre outras, pois eles não só estudarão mais como, muitas vezes, poderão ver assuntos que ainda não foram abordados em sala de aula. As olimpíadas oportunizam, por exemplo, que um estudante do ensino fundamental já veja assuntos do ensino médio”, observa o professor Lucyan.

A medalhista Maysa diz que participou da competição motivada pelo desejo de superação. “Gosto muito de matemática e quis testar meus conhecimentos na prova. Tempos depois, quando o professor Lucyan disse que eu tinha sido uma das medalhistas, fiquei muito feliz”, revela a garota.

Os diretores da Onélia Campelo, João Simão Dias e Edjane de Oliveira, celebram o resultado da escola. “Sempre que nossos alunos participam de eventos como este, eles amadurecem e ficam mais motivados para os estudos. E as medalhas estimulam a todos. É gratificante”, resumem.

Novos Horizontes – Com seis Menções Honrosas, a Escola Estadual Djalma Barros repetiu resultado do ano passado. Para a diretora Elda Rocha dos Santos, estas competições trazem inúmeras oportunidades aos estudantes. “Não cessamos de incentivar os alunos a ampliarem os seus conhecimentos, perceberem novos horizontes por meio da matemática. Estamos muito felizes pelo resultado e agradecemos aos professores que fizeram desta prova um momento de aprendizado, em especial o professor Antônio Marcos que coordena o evento em nossa escola”, declara.

Professor da instituição desde 2012, Antônio Marcos Honorato, é um entusiasta das olimpíadas de matemática e conta que, em 2019, com a realização da 1ª olimpíada de matemática interna, essa cultura se fortaleceu.  “A partir daí, os alunos passaram a ter maior interesse pela disciplina. Fizemos parceria com professores de outras regiões com o intuito de fortalecer os alunos intelectualmente e também no âmbito psicológico, gerando aprendizado e, consequentemente, transformando vidas por meio da educação”, recorda.