Escolas indígenas participam da 6ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Olimpíada de Língua Portuguesa

10.05.2019

Abrão de Sousa/Governo do Tocantins

A Escola Estadual Indígena Kupsinã, da Aldeia Buritizal Kuiwdehu, da Reserva Xerente de Tocantínia, jurisdicionada à Diretoria Regional de Educação (DRE) de Miracema participa pela primeira vez da Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP). O inscrito é o professor Romerito Sôzê Xerente.

O tema da OLP é “O lugar onde vivo”, e está na 6ª edição. No tema e no gênero textual escolhido, cada participantepoderá expressar seus sentimentos e impressões sobre o local onde mora.

Outra escola que está participando é a Escola Estadual 19 de Abril, da Aldeia Manoel Alves do município de Goiatins, e jurisdicionada à Diretoria Regional de Educação de Pedro Afonso, com cinco professores inscritos: Renato Yahe Krahô, Elma Alves da Silva, Éria Alves da Silva Krahô, Deuzanira lima pinheiro eTaís Pôcuhtô Kraho, sob a orientação de Mirleia Lima Machado, técnica de currículo de Língua Portuguesa na DRE de Pedro Afonso.

Vale destacar que podem participar da OLP os professores da rede pública e estudantes do 5º ano do ensino fundamental à 3ª série do ensino médio. Os gêneros abordados são poema, para o 5º ano; memórias literárias para 6º e 7º anos; e crônica para 8º e 9º anos do ensino fundamental, e artigo de opinião para a 3ª série. Ainda para o ensino médio, a novidade é a inserção do gênero textual documentário para a 1ª e 2ª séries.

Conforme Elma Alves da Silva, professora de Língua Portuguesa e formadora na aldeia Manoel Alves, a oportunidade é relevante para o povo indígena. “O tema é apropriado para a divulgação da própria cultura indígena, já que se trata de assunto voltado para o local onde os próprios estudantes moram”, comentou.

Da formação em Pedro Afonso participaram os professores inscritos, bem como os estudantes. Mira Cupên Krahô, aluna do 9º ano do ensino fundamental, conta que ficou muito feliz em participar da formação. “O tema irá facilitar nossa produção textual, já que, podemos relatar sobre o cotidiano da Aldeia Manoel Alves Pequeno”, argumentou.

Segundo Roseli Bitzcof de Moura, coordenadora estadual da Olimpíada, a participação das escolas indígenas representa a realização de um sonho. “A OLP chegou verdadeiramente nas Escolas Indígenas do Tocantins. A participação dessas escolas demonstram que barreiras podem ser superadas, e que todos são capazes de desenvolver os trabalhos de produção, conforme cada realidade”, destacou.

No Tocantins, 590 escolas se inscreveram na OLP. Dos 139 municípios do Estado, 138 secretarias municipais de educação aderiram à OLP.

Entre as premiações para semifinalistas, finalistas e vencedores haverá surpresas, destacando-se uma imersão pedagógica internacional para os professores vencedores, e uma viagem cultural em território brasileiro para seus alunos.