Além de promover um amplo desenvolvimento pedagógico, as escolas da Rede Estadual de Pernambuco também desempenham um papel fundamental na formação cidadã e no cuidado com a comunidade. Um grande exemplo disso é a campanha de vacinação promovida nas unidades. Uma parceria entre as secretarias estaduais de Educação e de Saúde que não só previne doenças, mas também, fortalece ainda mais os vínculos  comunitários, ajudando a reverter um cenário nacional recente de desinformação sobre imunização.

Desde 2023, unidades escolares em todo o estado recebem equipes da Saúde durante a última semana letiva de cada mês para realizar a atualização da caderneta de vacinação de crianças e adolescentes. A parceria já resultou na aplicação de mais de 147 mil doses de vacinas, apenas no ambiente escolar.

A presença das equipes de saúde nas escolas facilita o acesso às vacinas de rotina, como HPV, meningite, febre amarela, hepatites, entre outras, e também fortalece o sentimento de comunidade entre alunos, famílias e profissionais da educação. A escola passa a ser vista como um ponto de apoio para além da aprendizagem formal, reforçando seu papel social.

A participação dos estudantes é central para o sucesso da iniciativa. Ao se informarem sobre a importância da vacinação, os jovens se tornam multiplicadores de conhecimento, influenciando suas famílias e ampliando o alcance da campanha. Muitos deles chegam a cobrar os responsáveis sobre a apresentação do cartão de vacinação e mobilizam colegas para não perderem a oportunidade de se imunizar.

O estudante Ruan Rafael Albuquerque, do sexto ano da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (Erefem) Frei Romeu Pepéu, localizada no bairro do Curado, zona oeste do Recife, participou de uma das campanhas. “Não senti dor nenhuma. Eu acho importante se vacinar pra gente não pegar doenças. Assim a gente vai se prevenindo. Eu acho que minha mãe vai ficar bem orgulhosa”, contou.

Protagonismo estudantil 

Ao compreenderem a importância da vacinação como um ato de proteção coletiva, os jovens deixam de ser apenas receptores da ação e passam a influenciar positivamente suas famílias e comunidades. A escola, nesse contexto, não só educa, mas também empodera, fazendo com que os estudantes sejam agentes de transformação social.

“Quando o estudante compreende que tomar a vacina é um ato de proteção coletiva, ele se torna protagonista dessa mudança. Ele volta pra casa levando informação e convencendo os adultos a se engajarem na construção de uma cultura de saúde e responsabilidade social”, destaca o secretário de Estadual de Educação, Gilson Monteiro.

A superintendente de Imunização de Pernambuco, Magda Costa, destaca que a vacinação escolar, além de promover saúde e conscientização, contribui para o não abandono dos estudos. “A vacinação nas unidades de ensino promove educação e saúde em um espaço seguro, que aumenta a confiança das famílias. Com isso, percebemos a diminuição na evasão escolar e a diminuição do risco de contaminação, especialmente considerando que as escolas são ambientes de grande aglomeração”, diz.