Tocantins
10.09.2025A Escola Indígena Pepkro, localizada na Aldeia Botica, da Superintendência Regional de Educação de Tocantinópolis, realizou na terça-feira, 9, o evento ‘Saberes que curam, a nossa farmácia viva’, com o objetivo de valorizar conhecimentos tradicionais do povo Apinajé, sobre o uso de plantas medicinais.
A atividade proporcionou o compartilhamento de saberes tradicionais e educação escolar para o público composto por estudantes, professores e anciões da comunidade, cujo tema integrou componentes curriculares de Saberes Indígenas, Língua Materna, Língua Portuguesa e Matemática.
Nas atividades, que ocorreram de forma interdisciplinar, os participantes construíram coletivamente a Farmácia Viva, espaço dedicado à preservação e ao uso de plantas medicinais tradicionais. Os estudantes aprenderam com os mais velhos sobre o preparo, a importância e os usos terapêuticos de cada erva, relacionando os saberes indígenas às práticas escolares.
Bruno de França Silva, professor responsável pela unidade escolar, destacou a relevância do projeto. “Foi uma experiência transformadora para todos nós. Ver os estudantes se reconectando com os saberes dos mais velhos, reconhecendo o valor das plantas medicinais do seu próprio território e aprendendo com orgulho, em sua língua, fortalece o processo de aprendizagem, bem como a identidade do povo Apinajé”, afirmou.
A farmácia viva é muito mais do que um espaço com ervas, ela representa o cuidado com a vida, o respeito pela natureza e o diálogo entre os saberes tradicionais e os conhecimentos escolares.
O professor André Rodrigues Salvador Apinajé avaliou a experiência como um momento de fortalecimento cultural. “A construção desse momento junto aos estudantes, anciões e demais membros da comunidade possibilitou um verdadeiro reencontro com os saberes tradicionais do povo Apinajé, especialmente no que se refere ao uso das plantas medicinais como forma de cuidado, prevenção e respeito ao corpo e à natureza”, enfatizou o professor André Rodrigues Salvador Apinajé.
Identidade e pertencimento
O evento reafirmou o compromisso da Escola Indígena Pepkro em desenvolver práticas pedagógicas contextualizadas, que partem da vivência e dos saberes locais para promover uma educação integral, crítica e culturalmente significativa.
A iniciativa também reforça a identidade do povo Apinajé, evidenciando que a escola pode ser um espaço de diálogo entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais, contribuindo para a formação de cidadãos conscientes de sua história, território e cultura.
Revisão Textual: Liliane Oliveira/Governo do Tocantins
Abrão de Sousa/Governo do Tocantins