Pernambuco
29.11.2024Um projeto de combate à dengue desenvolvido por alunos do 6º ano da Escola General Abreu e Lima, localizada na Região Metropolitana do Recife, foi o vencedor regional da 12ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O estudante Erick Mota e a professora de ciências Vanessa Araújo, orientadora da iniciativa, representaram a turma na cerimônia de premiação, realizada no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (26).
Ao todo, 37 trabalhos de todo o Brasil foram premiados. Intitulado “Transversalidade na promoção e prevenção à dengue no ambiente escolar: uma atividade investigativa com 6º ano do ensino fundamental”, o projeto da unidade de ensino foi o vencedor na categoria “Projeto de Ciências” da Regional Nordeste I.
A Obsma contou com 1.012 trabalhos validados, sendo 254 da Regional Nordeste I. Cada regional avaliou as iniciativas nas modalidades de Produção Textual, Produção Audiovisual e Projeto de Ciências, nas categorias ensino fundamental e médio. “É uma grande satisfação estar aqui representando o Nordeste e as escolas públicas de Pernambuco, alcançando uma posição tão privilegiada”, celebra Vanessa.
A ideia surgiu a partir de uma observação dos próprios alunos. “Vimos no noticiário que estavam acontecendo muitas mortes por causa da dengue, aí decidimos fazer algum conteúdo na escola para ajudar a reduzir os casos da doença”, explica Erick, de 11 anos. “Estou muito feliz por estar aqui representando meus colegas e o estado de Pernambuco”, completa o estudante, que participou de uma programação de visitas culturais e pedagógicas organizadas pela Fiocruz.
Desenvolvido ao longo do ano letivo, o projeto passou por diversas etapas. Inicialmente, houve a escolha do tema e a conscientização dos estudantes sobre a doença com palestras e atividades lúdicas. Em seguida, os alunos do 6º ano elaboraram panfletos sobre o combate aos focos da dengue e alertando sobre os sintomas dessa arbovirose, que foram distribuídos entre os colegas da escola e familiares.
Na fase seguinte, os estudantes participaram de uma oficina para a confecção de mosquitoeiras — armadilhas feitas com materiais recicláveis, como garrafas plásticas, tule e fita. “Essas armadilhas atraem os mosquitos, que depositam seus ovos nelas. Como os ovos são mais densos que a água, eles afundam e ficam presos quando eclodem e se desenvolvem, contribuindo para a redução da proliferação do Aedes aegypti”, explica Vanessa. As mosquitoeiras foram colocadas tanto na escola quanto nas casas dos estudantes, ajudando no combate à doença na comunidade escolar.
“O nosso projeto de ciências foi desenvolvido na escola e voltado à comunidade. Os estudantes atuaram como multiplicadores do combate à dengue. Quando um pequeno chega em casa e começa a monitorar o ambiente, evitando água parada, temos um monitorador que contribui para a prevenção da doença ”, considera a professora.