Em Belém, escola pública estadual usa produção de textos para abordar temas ambientais

Pará

27.09.2024

A Escola Estadual Padre Francisco Berton, situada no bairro do Tapanã, em Belém, está desenvolvendo um projeto inovador de produção textual que visa abordar temas da atualidade entre seus estudantes. Neste ano, a iniciativa é voltada à conscientização ambiental, por meio da coletânea de poemas "Belém e a COP 30". 

Coordenado pela professora de Língua Portuguesa Tânia Monteiro, o projeto faz parte do conteúdo programático das turmas do Ensino Médio e busca incentivar a leitura, além de proporcionar aos estudantes um contato enriquecedor com a produção de textos.

“Eu gosto muito de trabalhar com esse gênero textual porque ele realmente leva os estudantes à reflexão. Quando trabalhamos temáticas atuais, no caso a COP 30, que é um momento muito importante para o Pará, a gente busca atualizar os estudantes apresentando o tema para debate e produção literária. É uma forma que eles têm de se expressar por meio do texto literário”, explica a professora Tânia Monteiro.

Motivação - O projeto envolve debates, pesquisas e apresentações sobre o gênero textual antes da finalização dos poemas. “Entendemos que é importante motivar a comunidade escolar a pensar sobre o tema e incluir a Educação Ambiental nas práticas diárias dos estudantes”, ressalta a diretora da Escola, Rosana Ribeiro.

A coletânea aborda questões ambientais de Belém, relacionando os debates sobre situações locais com as do planeta, da floresta e do cotidiano das pessoas, e o respeito entre os cidadãos, incentivando também os estudantes a questionar, a partir do ponto de vista ambiental, outros temas que têm impacto direito na sociedade.

Reconhecimento - A relevância do projeto foi reconhecida também na 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, realizada em agosto, quando a coletânea dos poemas produzidos pelos estudantes foi lançada nos estandes da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), da Imprensa Oficial do Estado (IOepa) e da Academia Paraense de Jornalismo.

“Tive uma linda experiência com o projeto. Conheci lugares que não tinha ido ainda, como a Feira do Livro, que pelo projeto pude ir pela primeira vez. O projeto contribuiu para o meu aprendizado, como o desenvolvimento de ler em público. Participei de várias atividades, como ler na Feira do Livro, na Seduc, na escola. E também conheci escritórios de livros. A professora Tânia é ótima profissional”, diz Ana Clara Silva Pinho, estudante do 3º ano do Ensino Médio, que refletiu em seu poema a paixão por Belém e pela riqueza cultural local.

Com atividades que englobam pesquisa aprofundada, debates, leitura crítica e produção textual, o projeto enriquece o aprendizado dos estudantes e os engaja em discussões relevantes sobre a agenda climática. A coletânea "Belém e a COP 30" destaca, também, o potencial criativo dos alunos e incentiva o protagonismo da juventude diante de discussões sobre o meio ambiente.

“O projeto foi um processo de pesquisa que incentivou a escrita e a forma de como abranger nossos pensamentos. Ele é voltado para questões ambientais, mas trazendo, principalmente, para a nossa região. Foi muito legal e importante. Também mostrou as belezas daqui, mas sem deixar de lado as dificuldades e os desafios que enfrentamos. A Coletânea de Poemas traz uma mistura de belezas e dificuldades, e é sobre essas dificuldades que temos que falar para preservar nossas belezas, mas não apenas na nossa região. Acho importante destacar como a COP 30 pode nos dar a chance de pedir ajuda para enfrentarmos os desafios, e nos dar a oportunidade de mostrar como é necessário preservarmos nossas belezas para gerações futuras”, ressalta a estudante Raiara Gomes, do 3º ano, autora do poema “Tesouro Preto”, falando sobre o açaí, as paisagens naturais, a cultura e o pertencimento nortista.

Conferência nas escolas - O projeto também foi apresentado na primeira etapa da 1st International Child & Youth Conference on Education and Climate Change (CYC) - I Conferência Internacional Infantojuvenil sobre educação e mudança do clima, com o tema “Reflorestando Mentes”, que consiste em eventos internos nas escolas estaduais para apresentar projetos desenvolvidos por estudantes. 

Na etapa seguinte da CYC, prevista para o período de 7 a 11 de outubro, os projetos submetidos serão analisados pelas Comissões de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima (Comsus), das Diretorias Regionais de Ensino (DRE), para seleção das iniciativas que serão apresentadas na Conferência que ocorrerá de 17 a 21 de março próximo.

 

Texto: Amanda Oliveira / Ascom Seduc