Mato Grosso do Sul
21.11.2024Em Campo Grande, a EE João Carlos Flores finalizou nesta terça-feira (19), o projeto "Nossa Cor e Todas as Cores", uma iniciativa que busca combater o racismo e promover a diversidade étnico-cultural entre os estudantes. O projeto é uma resposta à necessidade de políticas específicas para reverter as desigualdades raciais no Brasil.
A coordenadora pedagógica Mariane Nilo Rego explicou que esse é o segundo ano do projeto, que a princípio era apenas sobre o dia da consciência negra, mas que nesta edição ampliaram para mais etnias e todos os povos originários.
“Esse é o segundo ano do projeto, nós tínhamos a prioridade ao Dia da Consciência Negra, a cultura africana, refizemos o projeto e esse ano priorizamos outras etnias, uma vez que na escola temos estudantes indígenas, haitianos, venezuelanos e trabalhamos muito sobre discriminação, xenofobia e preconceito. Cada detalhe desse evento foi pensado com muito carinho e dedicação”, explicou Mariane.
O projeto que foi lançado no ano de 2023, tem como objetivo geral levar os estudantes a refletirem sobre a diversidade étnico-cultural e compreenderem que cada povo possui sua identidade própria. Além disso, busca promover o respeito às diferenças e a valorização da identidade cultural de todos os povos.
Os objetivos específicos incluem:
- Oferecer conhecimentos para superar o racismo e preconceito
- Proporcionar momentos de reflexão sobre a riqueza cultural
- Fomentar práticas transdisciplinares de educação para relações étnico-raciais
- Desenvolver a corresponsabilidade pela vida social
O projeto contou com a colaboração de professores de diversas áreas e incluiu atividades como
- Pesquisa de palavras de origem africana
- Produção de textos sobre debates e reflexões
- Estudo da história e cultura afro-brasileira
- Apresentações de figuras ilustres negras e mestiças
- Oficinas de arte, dança e música
Finalizando as apresentações no período da manhã, o grupo Sampri, formado por três irmãs afrodescendentes apresentaram músicas de cantores, que marcaram a música negra brasileira.
“Ocupar esses espaços com cultura, com arte, para nós é muito gratificante, sabemos que podemos ser inspirações para esses alunos, nós como pessoas afrodescendentes, como cantoras, trazer isso é um trabalho de espelhamento, eles se espelham, eles têm como referência, porque não é só na teoria, mas eles veem na prática pessoas pretas trabalhando, trazendo e falando essa linguagem. Isso é fundamental para tocar o coração dessas crianças, falar dessas características, da beleza, do cabelo, da pele, e isso traz autoestima”, afirmou Renata.
O projeto "Nossa Cor e Todas as Cores" é um exemplo de como a educação pode ser uma ferramenta poderosa para promover a justiça social e a igualdade, para o diretor Claudecy José da Cruz, é fundamental ter ações e projetos como esse na escola, pois prepara o estudante para enfrentar e conscientizar sobre esse tema tão relevante.
“Nosso objetivo é preparar nosso aluno, tivemos apresentações de teatro com fatos que realmente aconteceram com eles ou com alguém próximo, nosso papel enquanto educador é mostrar a importância de combater qualquer tipo de preconceito ou discriminação e esse projeto vem de encontro com nosso objetivo, que é preparar esse aluno para que ele possa ser um agente transformador na sociedade”, finalizou o diretor.
Texto: Jackeline Oliveira, SED
Fotos: Ricardo Agra, SED