Sergipe
20.12.2019O evento que fechou o ciclo dos projetos de educação do Presídio Feminino (PREFEM) do ano de 2019 aconteceu na tarde desta quarta-feira, 18. Foram entregues as certificações do projeto Leitura Para a Liberdade e dos exames supletivos. Ao total, 114 internas participaram das atividades.
A Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc) ofertou exames supletivos para que as alunas tivessem a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental ou Médio. Além de uma atividade pedagógica, essa ação viabiliza às jovens e adultas que estão no sistema prisional terem uma melhor oportunidade no mercado de trabalho quando saírem. "Além de trazer a ressocialização, a educação vai possibilitar maiores espaços para quando essas mulheres retornarem à sociedade", destaca Andreia Andrade, diretora do Prefem.
"Hoje tivemos a honra de entregar a cada uma das alunas participante dos Exames Supletivos 2019 o seu documento escolar, seja o atestado parcial ou certificação do Ensino Fundamental ou Médio. Um momento impar na vida dessas jovens que se encontram privadas da liberdade e que buscam através da educação dar um novo direcionamento a sua vida. Esse é mais um compromisso do Governo do Estado com a sociedade, com uma educação pública de qualidade para todos. Ainda no encontro, orientamos as internas que não lograram êxito em todas as disciplinas sobre as possibilidades de continuidade dos estudos caso não estejam mais na unidade prisional", disse Edson Aragão, coordenador dos Exames Supletivos.
Durante todo o ano de 2019, 114 internas participaram, cinco das quais foram certificadas em nível de conclusão do Ensino Fundamental e 52 receberam o atestado parcial para concluir em 2020 as disciplinas pendentes. As alunas certificadas terão direito à remissão da pena correspondente a 66 dias para conclusão do Ensino Fundamental e 50 dias para Ensino Médio.
Para Genaldo Freitas, coordenador de reinserção prisional da Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa ao Consumidor (Sejuc), a educação é o ponto de partida para a ressocialização das pessoas que se encontram em situação de prisão. "Nós temos a aplicação dos exames supletivos itinerantes realizados cerca de quatro vezes ao ano. Temos projetos que fomentam essa ressocialização dentro do sistema prisional, como o projeto de redação e o de leitura. A educação é o primeiro passo para a ressocialização, então investimos com toda a força", conta o coordenador.
Leitura Para a Liberdade
O projeto Leitura Para a Liberdade surgiu em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS), cujo objetivo é expandir o conhecimento das internas, pensando na melhoria da qualidade de vida. A ação envolve a leitura de obras selecionadas seguidas da produção de resenhas, que oferecem quatro dias de remissão da pena.
"É preciso pensar nas possibilidades após o período prisional. É a segunda fase do projeto, e hoje estamos entregando o certificado de 150h de atividades. Não é fácil, mas no decorrer das atividades, as alunas foram se sentindo integradas", explica Ana Leal, professora e coordenadora do projeto.