Mato Grosso
15.12.2022O Projeto Político-Pedagógico (PPP) das unidades escolares indígenas dos municípios sob responsabilidade da Diretoria Regional de Educação (DRE) polo Barra do Garças, recebeu orientações por meio da Coordenadoria Pedagógica (Coped) durante encontros setorizados nos núcleos de General Carneiro e Campinápolis, além de Barra do Garças, que sedia a DRE. O objetivo foi subsidiar as unidades para o fechamento do PPP referente ao ano letivo de 2023.
Como toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar, o PPP é o documento que define essa identidade de cada unidade e indica os caminhos para ensinar com qualidade. O conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las foram orientados pela Coped para que os PPPs das 18 escolas indígenas do polo ganhem forma e vida para o próximo ano letivo. Essas unidades atendem cerca de 1.500 estudantes das etnias Xavantes e Boe Bororo.
Nos encontros foram realizadas orientações relacionadas aos marcos ‘Situacional’, ‘Conceitual’ e ‘Operativo’. A ação orientativa contou com atividades teórico-prático para que os participantes compreendessem o PPP enquanto instrumento vivo que deve ser construído coletivamente, possibilitando a reflexão sobre a identidade da escola.
Por considerar esses fundamentos essenciais, a Secretaria de Estado de Educação, representada no polo pela Diretoria Regional de Educação, tem como Política Pública da Educação Escolar Indígena a valorização de uma educação específica, diferenciada e que tenha como foco o olhar da Educação Escolar Indígena e Educação Indígena, para que ao se pensar na construção ou reconstrução do PPP, possa refletir a identidade da escola e das comunidades atendidas.
O processo de reconstrução dos três marcos presentes no PPP, ainda é um desafio para os coordenadores pedagógicos das unidades escolares indígenas, principalmente em trazer à luz, uma proposta educacional que realmente atenda o processo de escolarização de estudantes indígenas, preconizadas pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que assegura o Ensino Fundamental e Médio considerando as especificidades de cada cultura.
O diretor Carmelo Tsirobo Moritu, da Escola Estadual Indígena ‘Ulisses Guimarães’ considerou fundamental a orientação da Coped na correção e elaboração do PPP da unidade. “O PPP é a base do funcionamento da escola e de acordo com a nossa realidade. Seria interessante que ocorresse uma formação como essa a cada semestre”, disse. Nesse sentido, ele observa que os diretores das escolas indígenas estão realmente envolvidos em uma educação escolar que respeita os direitos indígenas. “Esse respeito por parte da Seduc-MT e da DRE é fundamental para os povos indígenas”.
Jéssica Peweo Tsirenhi, diretora da Escola Estadual Indígena Hambe, considerou que o evento contribuiu para esclarecer melhor sobre a construção do PPP. “O encontro que fizemos por um dia foi muito importante, pois, complementou o que ainda não sabíamos totalmente. Um PPP de acordo com a nossa realidade era a peça que faltava para a minha escola”, falou, em tom de agradecimento.
“Os povos indígenas, ao longo de sua história, têm construído e reconstruído uma forma de pensamento diferente do mundo ocidental, que valoriza o pluralismo cultural e sua língua materna, assim como seus projetos políticos pedagógicos definidos de forma autônoma por cada povo indígena”, definiu a diretora regional de educação, Silvia Figueiredo de Souza.