Dia Estadual do Tradutor e Intérprete de Libras em Sergipe celebra a inclusão e acessibilidade para pessoas surdas

Sergipe

26.07.2023

O 26 de julho reconhece o trabalho desses profissionais que quebram barreiras da linguística tradicional e garantem a inclusão de pessoas surdas tanto na educação, quanto na sociedade. 

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um dos recursos fundamentais para a promoção e acessibilidade de pessoas com surdez, além da inclusão nas diversas áreas da sociedade, especialmente na educação. Nesta quarta-feira, 26, Sergipe exalta e comemora o Dia Estadual do Tradutor e Intérprete de Libras no Estado, instituído em 2022 pelo Projeto de Lei Ordinária de nº 161, na Assembleia Legislativa de Sergipe. A data passou a ser difundida em grande parte do território nacional. Anualmente, esta data é dedicada a homenagear e reconhecer o trabalho fundamental dos profissionais que atuam na interpretação e tradução da Língua Brasileira de Sinais.

Mundialmente, a comemoração ocorre dia 30 de setembro, no dia de São Jerônimo, o grande intelectual que realizou a tradução da Bíblia da língua hebraica e grega para o latim. Durante esse dia, a contribuição dos tradutores e intérpretes para a comunicação global e a preservação de culturas é reconhecida e celebrada.

A Libras é a língua utilizada pela comunidade surda e representa um meio de comunicação e interação essencial para que os surdos possam se expressar plenamente e participar ativamente da sociedade. A importância dessa data reside na valorização e visibilidade desses profissionais, que desempenham um papel crucial na promoção da educação inclusiva em Sergipe. 

 

Apoiar a causa é essencial

 

Por conta disso, a Secretaria da Educação e da Cultura conta com setores especializados para atender às demandas, como é o caso do Centro de Apoio ao Surdo (CAS), vinculado ao Serviço de Educação Inclusiva (Seinc/Seduc). Na área da educação inclusiva, o serviço dos intérpretes e tradutores de Libras do setor é fundamental para garantir o acesso à informação e ao conhecimento em sala de aula para estudantes surdos. 

 

A tradutora e intérprete de Libras do CAS, Debora Diniz, citou que o papel que exerce juntamente aos seus colegas é fundamental, já que os profissionais são os responsáveis por dar acessibilidade comunicativa ao surdo. Além disso, a tradutora explicou quais são as ações promovidas para melhorar ainda mais a comunicação para as pessoas com surdez, principalmente nas escolas.

 

“Fazemos muitas ações aqui no CAS. Dentre elas, ofertamos acessibilidade comunicativa nos eventos da Seduc, como: conferências, palestras, seminários, acompanhamos os instrutores surdos nos cursos de Libras, promovemos formações e consultoria aos profissionais tradutores e intérpretes de Libras/ Língua Portuguesa contratos e lotados nas escolas da secretaria, como também, damos assistência aos setores de educação inclusiva das diretorias regionais”, esclareceu Debora.

 

Ela também exaltou a importância de seu trabalho e a nobreza de poder exercer um papel tão importante de inclusão dentro não só da educação, mas da sociedade. “O surdo é protagonista de sua vida, tem sua identidade, sua cultura e nós profissionais tradutores e intérpretes de Libras/ Língua Portuguesa exercemos o papel de mediar a comunicação, seja do surdo para o ouvinte ou vice-versa, dando acessibilidade, prestando o serviço de interpretação e tradução levando a informação, o conhecimento por meio da Libras comunidade surda”, finalizou.

 

Tradutor ou Intérprete?

 

Apesar de ambos trabalharem e se comunicarem através de Libras, eles possuem funções diferentes no papel. O tradutor de Libras tem como função converter textos escritos ou falados para a língua de sinais e vice-versa. Seu trabalho é comumente empregado em situações mais formais, como palestras, aulas e conteúdos educacionais. Já o intérprete performa na comunicação em tempo real entre pessoas surdas e ouvintes. Presente em situações cotidianas como conversas, reuniões e apresentações, o intérprete traduz simultaneamente a língua falada para Libras. 

 

“O tradutor tem um tempo maior para pesquisar e buscar recursos para fazer a tradução dos materiais, como vídeos de pessoas surdas para traduzir para a língua portuguesa, isso é confortável ao profissional, uma vez que, que terá mais tempo para analisar as sinalizações e pesquisar os conceitos das terminologias. A interpretação ao contrário da tradução, acontece em tempo real, de forma simultânea. O intérprete recebe de uma língua e já repassa para a outra língua. Não tem tempo para fazer pesquisas”, esclareceu a tradutora.