Alfabetização
02.12.2019Por Caroline Mesquita
A educadora Alcieda Barreto dirige a Escola Estadual Maria Mãe de Deus, no bairro Brasil Novo, em Macapá. Ela defende que o ensino oferecido às crianças em fase de alfabetização deve considerar a realidade local. A professora acredita que é possível aproximar os pequenos do mundo dos livros, incentivando os hábitos da escrita e da leitura.
A visão de Alcieda está presente nas propostas do programa Criança Alfabetizada, instituído por lei e lançado nesta sexta-feira, 29, pelo governador do Amapá, Waldez Góes, em uma cerimônia na Fortaleza de São José de Macapá.
Trata-se de uma estratégia que garante alfabetizar todas as crianças amapaenses na idade certa, por meio de incentivos fiscais, aliados a novas práticas pedagógicas e de gestão. O Criança Alfabetizada é um novo escopo do Programa de Aprendizagem do Amapá que, desde 2017, impulsiona ações que alfabetizam e reforçam a aprendizagem dos estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. O Estado investiu em materiais didáticos e formação de professores para as escolas públicas estaduais e também municipais das 16 cidades amapaenses, em regime de colaboração.
A iniciativa já atende a cerca de 75 mil estudantes. Uma das instituições beneficiadas é a escola dirigida por Alcieda Barreto. Ela conta que os alunos começaram a usar os livros do projeto em 2019. Desde então, já é possível observar mudanças, segundo afirma.
“Nós detectamos que, com essa nova visão, estamos estimulando os hábitos da escrita e da leitura em nossas crianças. Isso porque elas se identificam com o que veem nos materiais. Agora, com a instituição da lei, acredito que o programa ganha uma expressão maior”, disse a educadora.
Assim como Alcieda, Mara Muniz, professora e coordenadora pedagógica da Escola Estadual Roberto José Moraes de Castro, aposta no programa. A instituição onde ela trabalha recebeu materiais didáticos do governo, no início de 2019, e os professores tiveram formação.
“Com as orientações que os educadores têm recebido, os alunos estão se familiarizando. As crianças já percebem a diferença e conhecem melhor sua realidade que está retratada nesse novo material. Considero a instituição da lei fundamental para que esse trabalho se fortaleça”, falou Mara.
Valorização regional
A poetisa Annie de Carvalho tem algumas de suas obras presentes nos materiais didáticos distribuídos pelo governo. Para ela, as publicações significam reconhecimento e valorização dos escritores amapaenses.
“É uma emoção muito grande ver nosso trabalho ser imortalizado através desses livros. A gente soube que o projeto foi instituído por lei e isso significa que nossas obras alcançarão cada vez mais crianças do Amapá. Isso nos enche de orgulho e felicidade!”, elogiou.
Alfabetização na idade certa
Ao instituir a lei, Waldez Góes reforçou a prioridade do Governo do Amapá com a alfabetização dos alunos. “Ao mesmo tempo que investimos em, por exemplo, escolas de tempo integral, temos que cuidar das séries iniciais, porque, se a criança não for alfabetizada na idade certa, ela pode não conseguir chegar ao nível médio na idade certa”, observou o chefe do Executivo.