Conferência aborda os desafios para o Novo Ensino Médio

Distrito Federal

10.10.2019

Iniciativa promove o diálogo sobre as perspectivas inovadoras para as escolas

O estudante Mateus Vinícius Oliveira, do 3o ano do ensino médio, do Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Taguatinga, vive a angustiante fase pré-Enem. “Farei a prova, mas não sei dizer se o que é ministrado em sala de aula e cobrado no exame leva em conta nossa realidade. São muitas mudanças e o currículo parece não acompanhar essa evolução”, afirma o estudante.

Para contribuir com o debate na elaboração de um currículo atualizado e dinâmico, o Conselho de Educação do DF (CEDF) realiza a XVI Conferência de Educação do DF, no auditório da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs). Cerca de 270 inscritos são aguardados, durante o evento realizado de 9 a 12 de outubro.

A partir da temática “Perspectivas inovadoras para o ensino médio”, diversos especialistas vão abordar temas como o Marco Legal do Novo Ensino Médio; a Organização Curricular do Novo Ensino Médio no DF; as Tecnologias Educacionais Inteligentes, dentre outros temas.

Durante a cerimônia de abertura da Conferência, o presidente do CEDF, Mário Sérgio Mafra, ressaltou a importância da iniciativa. “Nós vamos discutir, debater, sugerir contra ou a favor, levantar as dificuldades durante o evento. É um marco para a educação. Os próprios docentes em sua proposta curricular, dentro do seu currículo em movimento, podem decidir o que pode ser proposto e o estudante terá a oportunidade de optar por aquilo que lhe interessa”, ressaltou o presidente.

Para Andre Lucio Bento, da Subsecretaria de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (EAPE), que representou o secretário de educação João Pedro Ferraz, a importância do evento é, sobretudo, “proporcionar uma discussão sobre o futuro e sobre a juventude. Esse é o segmento mais suscetível ao desemprego, à violência, o que mais morre”, explicou.

De acordo com o subsecretário, em sala de aula, os estudantes são surpreendidos componentes curriculares que nem sempre estão relacionados à realidade e às necessidades dos jovens.

Currículo: uma construção coletiva

Segundo Sueli Melo, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), as mudanças necessitam de um trabalho sistêmico, uma vez que o país começa a descobrir novas perspectivas. “Este momento exige a reinvenção da escola, do papel dos educadores e a busca de alternativas diferenciadas. Agora, a legislação possibilita a construção coletiva do currículos das escolas”, enfatizou.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), preconiza que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deve nortear os currículos escolares, bem como as propostas pedagógicas das escolas públicas ou privadas. Ou seja, deve estabelecer os conhecimentos, competências e habilidades que os estudantes devem desenvolver ao longo da escolaridade básica.

Em se tratando do Novo Ensino Médio, a proposta é que a BNCC garanta aprendizagens conectadas a competências que preparem os jovens para a vida. Segundo a pedagoga Ada Lima, “essa iniciativa tem sido comemorada entre os estudantes porque, além das aprendizagens comuns e obrigatórias, os estudantes vão poder escolher o que mais se relaciona as suas vivências e interesses”, afirmou a pedagoga.

Aldenora Moraes, Ascom/SEEDF