Por Wellington Costa

Aos 13 anos de idade a amapaense Letícia Vilhena sagrou-se campeã da Copa Brasil de Xadrez Escolar. O título foi na categoria Sub 14, conquistado no último fim de semana, em São Gabriel (RS). Letícia é estudante da Escola Estadual Ruth de Almeida Bezerra, localizada no bairro São Lázaro, zona Norte de Macapá.

É a primeira vez que a estudante participa da competição. Mais de 160 jovens e adolescentes, de 63 escolas, disputaram a Copa.

“Eu fiquei muito emocionada com essa conquista porque eu nuca pude imaginar que um dia pudesse ser campeã nacional de xadrez, e isso é um sonho para mim. Mas eu só consegui graças à dedicação dos meus professores. Para mim significa muito mais, pois o xadrez me tornou uma pessoa dedicada e determinada”, comentou a jovem campeã.

O Amapá participou da final da Copa de Xadrez Estudantil com sete estudantes - cinco deles da escola Ruth Bezerra e outros dois da Escola Irineu da Gama Paes. O Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação (Seed) doou as passagens aéreas para que os estudantes e a professora coordenadora da equipe participassem do evento.

A delegação amapaense ficou em sexto lugar geral na competição. O resultado é um feito inédito para o Amapá.

“Isso mostra que os projetos de xadrez nas escolas dão resultados e são de extrema importância para os nossos estudantes. Hoje esses jovens e adolescentes têm, na modalidade, a motivação para mudar sua realidade e a dos colegas”, destacou a professora Rose Benedita Rodrigues Trindade, coordenadora da equipe.

Outros Resultados

A delegação amapaense estudantil trouxe outros resultados importantes. A estudante Yorrana Regina Pantoja, também da Escola Ruth Bezerra, ganhou medalha de sexto lugar na Copa. O jovem Brayan da Costa terminou a competição em 14° lugar na categoria Sub12. Na categoria Sub14 masculina o estudante Alci Almeida ficou em 18° lugar, e Vinicius Guilherme da Silva em 12°.

Projeto

A Escola Ruth Bezerra desenvolve o clube de xadrez “Os pioneiros do Ruth Bezerra” desde 2018. Hoje, xodó dos estudantes, o clube conta com quase 200 crianças e jovens praticantes da modalidade. São estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental que, no contra turno escolar, têm aulas de xadrez.

O clube trabalha de forma interdisciplinar, envolvendo componentes curriculares como língua portuguesa, matemática, educação física e outros.

“Os estudantes levam livros para casa para estudar sobre o esporte. Assim eles treinam a interpretação de texto através dos livros, aprimorando a leitura. Assistem filmes motivacionais relacionados ao xadrez e também ajudam quem está iniciando no projeto, tornando multiplicadores da modalidade”, reforçou a professora Rose Benedita.

Quem participa do clube não ficou só craque no tabuleiro, mas também melhorou seu rendimento escolar nas demais disciplinas. Um estudo feito pela professora comprou que em 2019 os estudantes tiraram nota igual ou superior a 20 pontos bimestral nos componentes de matemática, artes, educação física, história, geografia, lingua estrangeira e estudos amapaenses. A nota bimestral máxima é 25 pontos no colégio. Em 2018, o desempenho era inferior.

“No ano passado esses estudantes não tinham um bom rendimento escolar como o que vemos neste ano. Os pais também são determinantes nessa mudança positiva pois entenderam que o esporte deve ser levado a sério”, destacou.