Maranhão
26.04.2018“Nosso sonho era de ter um colégio de qualidade para nossas crianças. ‘De primeiro’, caía os pedacinhos de taipa por cima dos alunos. Nós sempre pensava, um dia o Estado vai ver isso. Hoje é uma boa ‘conhecimento’ que está nascendo na nossa comunidade. Agradecemos muito e muito”, revelou emocionado o cacique Leondino Ribeiro Guajajara, da Aldeia Boa Vista, no município de Jenipapo dos Vieiras, que recebeu nesta quarta-feira (25), uma escola digna indígena. Além desta escola, que atenderá 35 alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de 1° ao 4° ano, o Governo do Estado entregou também mais três escolas dignas em aldeias indígenas da região.
Na aldeia Montanha Nova, a professora Evanilda Jácone, que leciona há nove anos na comunidade, relatou os momentos difíceis que passou sem ter um local adequado para ensinar. “Só Deus sabe o quanto sofremos com esses alunos, chegando a ter aulas debaixo de um cajueiro e quando chovia a gente corria para as casas. Hoje temos uma escola de verdade com banheiros, sala de aula e um lugar ‘pra’ guardar nossas coisas [pausa com choro]”, contou.
“Outrora não existia governos preocupados com a dignidade dos povos indígenas. Isso que estamos vivendo hoje é uma resposta àqueles que nada fizeram. Jenipapo nunca recebeu tanto apoio como no Governo Flávio Dino”, destacou o prefeito Moisés Ventura.
Ainda em Jenipapo dos Vieiras, foi entregue uma escola digna indígena na Aldeia Raimundão para atender cerca de 150 estudantes. “Foi muito tempo lutando até chegar aqui. A chuva vinha e derrubava e nós ‘fazia’ de novo. Mas agora a gente tem uma escola”, disse o cacique José Orlando, o Raimundão, como é popularmente conhecido.
O secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão, enfatizou que o governo é feito com a participação popular e o diálogo. “As escolas dignas indígenas entregues foram compromissos do governador Flávio Dino, que tem um carinho especial e respeito com a população indígena. Ainda há muitas escolas que serão entregues nesta região, em aldeias que nunca antes receberam a atenção do poder público e agora têm a presença de autoridades entregando equipamentos tão importantes como essas escolas”, assinalou.
O secretário de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, destacou a importância da entrega das escolas dignas à população indígena. “Primeiro o fortalecimento da educação indígena, oferecendo e dando condições dignas aos professores e aos alunos; segundo, a consolidação das políticas públicas indígenas, resultado do trabalho do Governo do Estado com as organizações indígenas e representações das etnias indígenas, e terceiro, representa o fortalecimento da cultura e identidade indígena, demonstrando claramente que no Maranhão o governo tem que ser para todos”, enumerou.
“Vale muito a pena estar aqui e ver as escolas dignas sendo entregues aos estudantes indígenas. É o governador Flávio Dino fazendo uma revolução através da educação, levando dignidade a todo o estado”, ressaltou o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto, que participou das entregas.
Além dele, participaram também das solenidades de inauguração, o vereador Pedro Lucas Fernandes; vereadores de Jenipapo, lideranças indígenas da região, a gestora regional de educação de Barra do Corda, Maria Vanda, entre outras autoridades.
Oito aldeias beneficiadas em Barra do Corda
Na Aldeia Três Irmãos, já no município de Barra do Corda, o Governo do Estado entregou às 98 famílias que residem na aldeia, um novo prédio escolar que atenderá não só às aulas para as crianças e jovens daquela comunidade, mas também, famílias das aldeias: Pé de galinha, Remanso, Belém Dois, Eurico Gonçalves, Santa Rosa, Manancial e Santa Cruz.
A Escola Indígena Ireno Rosa possui 4 salas, banheiros adaptados, cozinha, despensa e administrativo, entre outros espaços e foi construída com investimentos da ordem de R$ 511.351,90.
Segundo a gestora geral da Escola Indígena Ireno Rosa, Maria do Amparo Araújo, ao todo 301 alunos serão beneficiados com a nova escola, que funcionará nos turnos matutino e vespertino com ensino regular e no turno noturno com Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Maria do Amparo fala, ainda, que antes do novo prédio, vários eram os entraves para que se pudesse oportunizar a prática escolar adequada para a educação dessas crianças, jovens e adultos. E comenta os inúmeros benefícios que o novo prédio trará aos estudantes das aldeias, que serão atendidas.
“Quando nós chegamos aqui, em 2012, a escola era de taipa, o piso era de barro, as cadeiras não existiam, não tinha estrutura. Nós trabalhávamos apenas com a vontade de ensinar. Hoje nós somos muito gratos ao governador Flávio Dino e ao secretário de educação, Felipe Camarão, porque eles foram os únicos políticos que olharam pela comunidade da aldeia Três Irmãos”, afirma ela.
As péssimas condições do prédio também são relembradas pelo estudante Romildo Fernandes Guajajara, que conta que a primeira escola construída na aldeia era inadequada às aulas.“A primeira escola que nós tivemos aqui era muito simples, não era confortável. Mas hoje as coisas estão melhorando para nós, estamos recebendo uma escola bem confortável, com ventiladores, carteiras bonitas, lousa para aa professora. E tudo isso traz alegria para nós como alunos. Estamos muito felizes”, afirma Romildo Guajajara.
Já a estudante Marília da Silva Guajajara conta que a antiga escola possui a apenas duas salas de aula que eram compartilhadas com todos os alunos, dificultando o aprendizado e o trabalho dos professores. “Era muito ruim porque todo mundo estudava junto, todos apertados. Hoje temos uma escola grande, bonita, e todo mundo pode estudar em sua própria série”, diz Marília.