Sergipe
05.08.2019Por Ítalo Marcos
Um corredor cheio de pinturas está embelezando as paredes do Colégio Estadual Secretário Francisco Rosa Santos, no bairro Bugio, em Aracaju. Trata-se do Primeiro Museu Visual Sergipano, que foi inaugurado na tarde de sexta-feira, 2, e que aumentou nos estudantes o sentimento de pertencimento à escola. O projeto faz parte da disciplina eletiva “Mãos realizando sonhos”, e teve como idealizadora a professora de Biologia, Beijanivy Abadia, e como colaboradora a professora Maruse Silva.
O Primeiro Museu Visual Sergipano foi feito dentro de dois meses, com o auxílio de 86 alunos do ensino médio de tempo integral. Durante o seu desenvolvimento, os estudantes trabalharam o empreendedorismo, o protagonismo e a preservação do patrimônio. O Museu fica no bloco onde estão as salas do 1º ano, na unidade de ensino. Lá, os alunos transformaram as paredes em uma galeria de arte retratando vários aspectos da história de Sergipe através de pinturas.
“É uma mudança de atitudes em relação a tudo. Esse projeto trabalha a questão do cuidar. Os alunos fizeram os bancos, os puffs, pintaram, lixaram, e tudo isso faz com que eles cuidem do próprio espaço escolar. A partir disso, eles trabalham o empreendedorismo”, explicou a professora Beijanivy Abadia, professora de Biologia
Retratando os pontos turísticos
O projeto ganhou em 2019 o Prêmio Sebrae Professor Empreendedor. Logo na entrada do bloco, uma grande pintura dos Arcos da Orla de Atalaia convida o visitante a entrar e ver as outras imagens retratadas nas paredes. Lá estão ainda pinturas de outros pontos turísticos e da cultura sergipana, como a igreja Catedral Metropolitana, as estátuas do Largo da Gente Sergipana, a hidrelétrica de Xingó, a cidade de São Cristóvão, e os índios Xocós. Há também um painel com fotografias mostrando cada etapa do desenvolvimento do projeto.
O aluno Faber Lindemberg, 2º ano, desenha desde criança, e foi um dos responsáveis pelas artes. “As imagens foram feitas a partir das sugestões das idealizadoras do projeto. Elas nos repassaram e nós fomos reproduzindo nas paredes. Acho que isso é uma inspiração para que a gente acredite em nossos sonhos. É também uma forma de embelezar a escola, mostrando a cultura sergipana através da pintura”, disse.
Quem também esteve à frente das artes foi Mateus José de Jesus Oliveira, do 2º ano. Segundo ele, a partir das ideias que as professoras davam, eles iam concretizando através da pintura na parede. “Fizemos os desenhos baseados em locais turísticos de Sergipe e isso deu uma cara nova à escola. Os colegas gostaram bastante. Eles tiveram um pouco de dificuldade no início, mas a gente fez tudo junto e deu certo”, declarou.
José Marcos Oliveira Dantas, do 3º ano, disse que antes nunca havia pensado em fazer algo desse tipo. “Tivemos uma grande oportunidade. Esse projeto é muito interessante, pois deu muitas responsabilidades para a gente. Hoje em dia é muito difícil o jovem se prender a algo assim, como a repaginação da escola”, disse ele, que ajudou fazendo a marcenaria e a pintura. A sua colega, Emilly Gislainne Silva Farias, 2º ano, afirmou que não se sai muito bem para pintar a arte dos desenhos, então ajudou na arrumação dos estofados e na pintura dos portões. “Além de ter embelezado a escola, trouxe para nós um crescimento pessoal único. É incrível a gente entrar no bloco, lembrar como era antes e ver como está agora, sabendo que a gente participou, que a escola está de cara nova porque fizemos parte. É muito prazeroso fazer parte disso”, afirmou.
Já o aluno Lucas Antônio Santos Bispo, do 2º ano, disse que antes via os colegas desenhando e achava que aquilo era perda de tempo. “Mas depois que envolvi no projeto, percebo que fico muito satisfeito. Tudo o que a gente fez foi através de muito amor, carinho e doação. Chegamos ao ponto de ficarmos horas desenhando para ver isso aqui pronto. A pintura ficou perfeita, nos esforçamos muito. Quando os alunos fazem, se sentem orgulhosos e têm a vontade de cuidar do próprio espaço”, declarou.