Alunos da rede estadual se destacam nas primeiras colocações da Feira Brasileira de Jovens Cientistas

Sergipe

30.06.2020

O Colégio Estadual Antônio Garcia Filho, localizado na cidade de Umbaúba, tem se destacado em eventos científicos, competindo com alunos do Estado de Sergipe e fora dele. Desta vez, os alunos Nallanda Victoria, Adriel Ribeiro e Gabrielle Silva dos Santos, do 2º e 3º anos do ensino médio, tiveram  mais duas conquistas com o projeto "Casa de Farinha: da mandioca ao bioplástico". O trabalho foi contemplado com as duas primeiras colocações na Feira Brasileira de Jovens Cientistas (FBJC), que aconteceu de forma online, entre os dias 26 e 28 de junho.

Orientados pela professora Darcylaine Martins, eles conseguiram o 1º Lugar no prêmio InnovaLab e o 2º lugar na categoria Ciências Agrárias. O projeto já havia sido premiado anteriormente na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). A professora explica que após a participação na Febrace, o grupo foi aconselhado a fazer mais testes laboratoriais com o protótipo. A aluna Júlia Nunes, que fazia parte do projeto, não pôde dar continuidade, pois agora é universitária. Assim, a estudante Gabrielle Silva entrou para a equipe, e os alunos concluíram o projeto, representando Sergipe na FBJC.

"O projeto foi muito elogiado durante a apresentação. Estou muito orgulhosa dos nossos jovens cientistas que, mesmo diante das dificuldades, conseguiram desenvolver um excelente trabalho na área científica. Essas participações em feiras científicas nacionais colocam nosso Estado em evidência na área de pesquisa da educação básica, e outros alunos começam a se interessar", declarou a professora Darcylaine Martins.

Gratificante

Para os alunos, a participação na Feira Brasileira de Jovens Cientistas foi uma experiência gratificante. "Foi muito importante, proveitoso e prazeroso participar de um evento como esse em tempos de pandemia. Quanto às nossas colocações, é muito legal saber que não só eu e meus colegas, mas também outros projetos de Sergipe estão ajudando para que mais pesquisas sejam feitas aqui", disse Adriel Ribeiro.

"Para mim, foi uma felicidade enorme ver os caminhos que nosso projeto, que no início era tão pequeno, tomando proporções tão grandes", declarou Gabrielle Silva. Já para a sua colega Nallanda Victória, foi muito importante ter alcançado esses resultados, mesmo com dificuldades, como a falta de um laboratório equipado. "Em meio a mais de duzentos projetos de todo o Brasil, termos conseguido primeiro e segundo lugar, em diferentes modalidades, é maravilhoso, e a gente não tem como descrever essa emoção. Acho que a partir disso podemos comprovar que a ciência no Brasil deve ser iniciada pelos jovens. Iniciativas como a nossa, de jovens cientistas, podem mudar o mundo. A gente desenvolveu um bioplástico a partir de uma coisa que era do meu cotidiano, a mandioca, algo que estava presente no meu dia a dia, pois sou filha de agricultor. Achei tudo isso incrível", afirmou.

Casa de Farinha

O projeto "Casa de Farinha: da mandioca ao bioplástico", desenvolvido pelos alunos do Colégio Estadual Antônio Garcia Filho, localizado na cidade de Umbaúba, e orientados pela professora Darcylaine Martins, também já foi vitorioso na 9ª Feira Científica de Sergipe, (Cienart), em setembro de 2019, tendo conquistado o 2º lugar geral, e outras premiações na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).

O projeto buscou resgatar conceitos químicos presentes na produção da farinha de mandioca, tanto para exemplificar conteúdos de Química Orgânica e Ambiental, como para observar a comunidade onde os alunos vivem, tornando os conteúdos didáticos mais compreensíveis e motivadores. Foram realizadas visitas às casas de farinha do município para pesquisas de campo, onde os alunos perceberam a problemática no acúmulo das cascas da mandioca, seguidas de pesquisas bibliográficas em sites da internet e, por último, a experimentação para transformar as cascas do tubérculo em embalagens sustentáveis.

Pautado na contextualização do ensino da química a partir da produção de mandioca, o projeto culminou num percurso científico que mostrou a relação dos alunos da escola, filhos dos pequenos agricultores que dependem da produção da mandioca e outros tubérculos como fonte de renda e subsistência, buscando resgatar os conceitos científicos presentes na produção de farinha.

Colégio Dom Juvêncio de Britto

Duas equipes de alunos do Colégio Estadual Dom Juvêncio de Britto, unidade que oferta o Ensino Médio em Tempo Integral, localizado no município de Canindé de São Francisco, foram agraciadas com excelentes resultados. O grupo do projeto Plastleite foi 3º colocado na categoria Innovalab, e a equipe do projeto Black White, 3º lugar na categoria Ciências Exatas e da Terra.

A professora Lark Soany Santos, que orientou os alunos do "Black White", destacou que eles já desenvolvem projetos científicos desde o ano de 2018. "Eles sempre focam na resolução de problemas reais da comunudade local. Os alunos gostam de se sentir úteis, de buscar solução para algo que vivenciam. Eles estão muito felizes com o resultado alcançado", disse a professora, ressaltando que o projeto também participou da Cienart e da Febrace em 2019. Participaram do projeto Black White os alunos Éltony Teixeira Gomes, Jamyle Feitosa e Domingos, Lorena Daiana Silva da Paixão. O trabalho busca a purificação de água do barreiro, considerada imprópria para atividades rotineiras, utilizando espécies típicas da região como agentes coagulantes. 

Já o "Plastleite" foi orientado pelo professor Alex Alves Cordeiro, e o grupo foi formadopelas alunas Thayrlla Rayssa Teixeira Barboza, Vitória Soares dos Santos e Maria Eduarda Inácio da Conceição. O trabalho científico visa reutilizar o soro do leite, que geralmente é descartado pelas fabriquetas e indústrias de laticínios, para a produção de um bioplástico.