Alunas do Baixo São Francisco Sergipano criam protótipo que auxilia na acessibilidade de pessoas com deficiência visual

Sergipe

22.08.2024

Alunas do Colégio Estadual José Guimarães Lima, localizada na cidade de Telha, venceram a primeira edição da Olimpíada Territórios de Sergipe (OTS), realizada pela equipe da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Sertão. Elas desenvolveram o Braille Tech, um protótipo com finalidade de ajudar pessoas com  deficiência visual. As alunas ganharam uma bolsa de iniciação científica e, como A premiação, a escola recebeu uma impressora 3D para continuação do projeto.

As jovens Flaviane Resende, Laine Farias, Táfne Trindade e Clara Feitoza foram orientadas pelo professor Roberto Oliveira. O projeto Braille Tech é um protótipo que visa ajudar crianças com deficiência visual, por meio da utilização de um arduíno e lógica de programação. A ideia de desenvolver esse projeto surgiu após a equipe identificar que em Sergipe há um percentual significativo de pessoas com deficiência visual.  

Para a aluna Laine Farias, a proposta do Braille Tech é ser, também, uma ferramenta de inclusão. Ela falou sobre o orgulho que sente em participar desse projeto, além da importância da bolsa científica. “Sinto que estamos fazendo um trabalho que vai ajudar várias pessoas que sempre encontram obstáculos no dia a dia, no tocante à acessibilidade. As bolsas de iniciação científica que ganhamos nos ajudarão no desenvolvimento do protótipo. Moramos no povoado São Pedro e, juntamente com minhas colegas, desenvolvemos um excelente projeto de inclusão e de acessibilidade para as pessoas com deficiência visual, e que pode ser expandido para vários lugares”, afirma a estudante pesquisadora.

O projeto recebeu o 1° lugar na classificação da primeira Olimpíada Territórios de Sergipe. As quatro alunas envolvidas ganharam uma bolsa de Iniciação Científica Júnior, no valor de R$ 300,00 , com duração de seis meses, e a escola recebeu uma impressora 3D printer Quick start Guide Ender- 3 S1 PLUS para a materialização do projeto apresentado. O professor e orientador Roberto Oliveira destacou o orgulho ao ver o empenho das alunas no desenvolvimento do protótipo. “Eu sempre incentivo os jovens a participarem de olimpíadas científicas. Esse trabalho é bastante significativo, pois foi produzido por alunas que moram em um pequeno município do estado, pensando na acessibilidade das pessoas com deficiência visual”, argumenta o professor.

A diretora do Colégio Estadual José Guimarães Lima, Gilnete Araújo, falou sobre a importância dessa criação para a escola e para outras instituições, que trabalham com pessoas com deficiência visual. “Será o início de um trabalho interdisciplinar e, consequentemente, a criação de um laboratório móvel no colégio. Ou seja, um carrinho com experimentos onde foram vivenciadas as aulas práticas de Física e das demais disciplinas. Também vamos doar as criações às salas de recursos de escolas conhecidas pelos trabalhos com alunos que têm deficiência visual”, pontua a diretora.

Sobre a Olimpíada Territórios de Sergipe

A Olimpíada está na sua primeira edição e é realizada pela Universidade Federal de Sergipe, Campus Sertão, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério das Ciências, Tecnologia e Inovação (MCTI). A OTS busca incentivar os alunos da rede pública de ensino de Sergipe a desenvolverem projetos com inovação técnica ou científica em todo o país.

Além da classificação final do Colégio Estadual José Guimarães Lima, o Centro de Excelência Professora Noêmia de Souza, da cidade de Poço Redondo, ficou em 2° lugar, com o projeto Sustendubo, e o Centro de Excelência Dom Juvêncio de Britto, de Canindé de São Francisco, em 3° lugar, com o projeto Cicatripodium. Aproximadamente 120 equipes se inscreveram no processo. No fim do evento, 95 equipes finalizaram a olimpíada, apresentando ideias inovadoras.